CPI da Covid cria canal para denúncia de prescrição do 'tratamento precoce'

Decisão foi tomada em função do caso Prevent Senior. O e-mail cpipandemia.denuncias@senado.leg.br está disponível para quem quiser entrar em contato

CPI da Covid cria canal para denúncia de prescrição do 'tratamento precoce'
Senadores conversam durante sessão da CPI da Covid Foto: Pedro França/Agência Senado

 

Por RENATO ALVES | EQUIPE DE BRASÍLIA

01/10/21 - 08h19

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia criou, nessa quinta-feira (30), um canal para receber denúncias sobre a prescrição do chamado “tratamento precoce”, que inclui medicamentos sem comprovação científica para combater a Covid-19. O e-mail cpipandemia.denuncias@senado.leg.br está disponível para quem quiser entrar em contato.

A iniciativa foi concretizada após os senadores da CPI aprovarem o requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para a criação do canal. A proposta foi apresentada e votada em meio ao depoimento do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan, na quarta-feira (29). 

Hang foi convocado após a Comissão identificar sua ligação com a Prevent Senior. A operadora de saúde é acusada, em um dossiê elaborado por médicos que fazem ou faziam parte de seu quadro de funcionários, de fazer testes com medicamentos como hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19 e ocultar as informações dos pacientes. 

Há inclusive suspeita de mortes por causa do uso desse e outros medicamentos do “tratamento precoce” e alteração no registro da morte de pacientes, para retirar a informação da causa quando era a Covid-19. A intenção era mostrar que nenhum paciente morria em decorrência do coronavírus por causa da adoção do “tratamento precoce”. 

Entre outras denúncias apresentadas pelos médicos, está a pressão exercida pela operadora para a prescrição indiscriminada de medicamentos do “kit covid”, como cloroquina, azitromicina e ivermectina. A empresa ainda teria assediado pacientes para aceitarem o tratamento precoce.

A estratégia foi adotada, segundo os documentos, para o governo federal influenciar a população a consumir os medicamentos. Os documentos ainda dizem que a empresa Vitamedic lucrava com a venda dos fármacos, e a Prevent Senior com novas adesões ao plano de saúde.