Covid: falta de 4ª dose para 30? população de BH é 'péssimo', diz médico

Covid: falta de 4ª dose para 30? população de BH é 'péssimo', diz médico

 

 

Por Juliana Siqueira

 

O fato de cerca de 30% da população de Belo Horizonte estar impossibilitada de tomar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 por falta de imunizante é “péssimo” e preocupante, de acordo com o infectologista Leandro Curi. 

Nesta quinta-feira (1), a prefeitura da capital emitiu comunicado afirmando que há cerca de 700 mil moradores com idade entre 18 e 39 anos, mas um estoque de pouco mais de 20 mil vacinas, o que inviabiliza a segunda dose de reforço para essa faixa etária. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que Belo Horizonte tem cerca de 2,5 milhões de habitantes. Para Curi, isso significa uma vulnerabilidade importante em relação à doença.

“O vírus de 2020 não é mais o de agora; ele mudou muito. A turma que se imunizou nesses dois anos não está completamente coberta em relação ao vírus atual. As vacinas se mostraram eficazes, mas depois de alguns meses o nível de anticorpos cai, diminuindo a proteção. O organismo fica vulnerável”, diz o especialista.

 

Curi explica que, embora o vírus já não seja tão mortal como antes, são vários os reflexos negativos da propagação da doença, incluindo a sobrecarga do sistema de saúde e os afastamentos do trabalho. Além disso, existe também a possibilidade de uma mutação mais perigosa surgir a qualquer momento.

“O que o vírus mostrou para a gente é que ele está menos mortal, contudo mais infeccioso. Está mais fácil as pessoas se contaminarem. Ele evoluiu para um vírus que contamina mais fácil, mas mata menos, para se perpetuar na sociedade. Isso não quer dizer que amanhã não possa surgir uma mutação nova, uma cepa extremamente mortal”, avalia ele.

 

Além disso, o especialista lembra que a situação pode ficar ainda mais preocupante, tendo em vista as festas de fim de ano e as aglomerações por conta da Copa do Mundo de futebol. Por isso, ele recomenda que as pessoas continuem com as medidas de proteção, como o uso de máscaras.