O Brasil de Bernardinho: Douglas Souza tinha razão
Inteligente não é quem sabe para onde ir, mas quem aprendeu para onde não deve voltar.

Por Bruno Voloch
O vôlei com conhecimento e independência jornalística
Aprender a dizer não, é libertador. Não seja escravo das vontades de ninguém.
Não é necessário dizer tudo o que se pensa, mas é necessário pensar tudo o que se diz.
E dizer não aos outros, no caso da seleção masculina, é dizer sim para você.
Primeiro Wallace, depois Douglas Souza.
E não, é não.
Ambos tinham razão.
Nada mudou na gestão de Bernardinho, a cara da era Renan Dal Zotto. E nada mudará.
Não porque o sistema, leia-se o Senado, dita as regras dentro e fora de quadra.
Wallace, campeão olímpico, admitiu que iria carregar um fardo desnecessário e atrasar o processo de renovação.
Mas qual renovação?
Douglas Souza não foi direto, mas no íntimo sabia que funcionaria, se tanto, como estepe para o cansado Lucarelli e Leal, esse sim, a maior revelação das gestões Renan e Bernardinho.
O discernimento não é alternativa, mas prioridade para fazer escolhas acertadas.
E sem discernimento só resta sofrimento.
O egoísmo e o orgulho andam juntos, destroem tudo por onde passam.
É esse o cenário do Senado: veteranos que mandam e não largam o osso na seleção brasileira com o aval de Bernardinho, da obsoleta comissão técnica e da CBV, Confederação Brasileira de Vôlei.
A hipocrisia assola gerações.
E a hipocrisia simplesmente vem da comodidade: você mente para não ter que lidar com julgamentos e julga porque é mais fácil do que ter opinião própria.
A conveniência não tem dois lados. É apenas um prato cheio para quem tem fome de se beneficiar.
A desastrosa VNL deixa inúmeras lições.
Bernardinho, segundo consta, enxerga pontos positivos. O técnico deve estar se referindo as milhas acumuladas.
Qual a desculpa da vez?
A logística, ponto citado pelo patrão e dono da verdade, foi por água abaixo porque o Brasil perdeu pelo menos um jogo em todas as etapas.
Derrotas em profusão.
Só mudaram os países e as cidades.
A 30 dias da Olimpíada, os resultados mostram que o 'salvador da pátria' fracassou na primeira tentativa de retomar o status de herói.
Venceram o individualismo, o narcisismo e o egocentrismo.
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