PESADELO AMERICANO.

PESADELO AMERICANO.
Divulgação net

A Polícia Federal do Brasil divulgou que uma investigação mostrou que um brasileiro de 21 anos, que morreu enquanto tentava atravessar a fronteira dos Estados Unidos com o México, foi abandonado pelo coiote. De acordo com as informações, o mineiro de Governador Valadares, Ayron Henrickson Fernandes Gonçalves, foi deixado para trás quando começou a passar mal.

O corpo de Ayron foi encontrado no dia 19 de abril de 2021, seis dias após a tentativa da travessia. Mas a família dele só descobriu a morte cinco meses após a morte, informada por um pai de um dos jovens que estava junto na travessia.

Uma mexicana também entrou em contato para informar que o corpo de Ayron estava em uma unidade médica no México.

Os dois entraram em contato depois que viram uma campanha nas redes sociais à procura do jovem. Os pais dele haviam contratado uma advogada para ajudar nas buscas.

De acordo com as investigações, o valadarense pegou um avião no dia 10 de abril de 2021, no Rio de Janeiro, com destino ao México. Ao chegar no país mexicano, ele seguiu para Mexicali, capital de Baja Califórnia, na região fronteiriça. Três dias depois ele iniciou a travessia e o objetivo era entrar nos Estados Unidos através do esquema cai-cai, quando um imigrante está acompanhado de um parente de primeiro grau e se entrega às autoridades de imigração.

O mineiro entrou em contato com a família no dia 13 de abril de 2021. Ele enviou uma mensagem dizendo que “estava em Mexicali ainda e que iniciaria a travessia naquele dia”. O jovem acrescentou que após atravessar a fronteira, iria entrar em contato novamente.

De acordo com a investigação, Ayron morreu ainda no México em razão de insuficiência respiratória aguda causada por edema pulmonar. O inquérito da Polícia Federal diz que “durante a travessia em região seca, no deserto do México para os EUA, ele veio a falecer no percurso, sendo posteriormente abandonado pelos ‘coiotes'”.

Familiares disseram que Ayron foi enterrado como indigente em Mexicali e a identificação do corpo foi feita por fotografia.

Erlon Gomes da Silva, um dos responsáveis por agenciar a imigração ilegal de Ayron, já tinha ciência da morte, mas escondeu o fato da família.