Procon alerta para 'golpe do motoboy' com cartão de crédito; saiba como funciona

Procon alerta para 'golpe do motoboy' com cartão de crédito; saiba como funciona
Não se deve passar informações como senha do cartão pelo telefone. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

Por NATÁLIA OLIVEIRA

 

 

O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) emitiu um alerta sobre golpes com cartões de crédito, principalmente o chamado "golpe do motoboy". O crime consiste em ligações telefônicas ou mensagens em que golpistas se passam por funcionários de bancos ou de operadoras de cartão de crédito e dizem que o cartão do cliente foi clonado. Depois eles pedem que a pessoa quebre o cartão e entregue para um motoboy que vai passar na casa dela. 

Segundo o Procon, os suspeitos convencem as vítimas a revelar seus dados pessoais, incluindo as informações do cartão de crédito e a senha. Eles dizem que o cartão de crédito dela foi clonado e que há compras suspeitas em seu nome, por isso será necessário cancelar o cartão. A vítima é orientada a digitar algumas informações, entre elas a sua senha. Com isso, os criminosos fazem várias compras pela internet e causam prejuízos. 

Os suspeitos ainda pedem que a pessoa quebre o cartão e entregue a um motoboy que vai passar na casa dela e pegar os pedaços.

O coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, explica que estelionatários utilizam técnicas da chamada “engenharia social”, que consistem em um conjunto de estratégias computacionais e psicológicas para manipular a vítima e convencê-la a fornecer seus dados pessoais e bancários. 

“São quadrilhas muito habilidosas e persuasivas, que muitas vezes fazem as 
pessoas acreditarem na veracidade da situação”, explica. Ainda para trazer mais veracidade ao golpe, alguns estelionatários pedem aos consumidores que escrevam uma carta de próprio punho dizendo que não reconhecem as compras feitas em seu cartão. 

MAS COMO EVITAR O CRIME?

O Procon orienta que em caso de receber uma ligação desse tipo, o consumidor não deve fornecer as informações. “Não tenha vergonha de desligar o telefone e ligar você mesmo para o banco ou operadora do cartão”, destaca Barbosa. Ele ainda enfatiza que os golpistas em alguns casos grampeiam o telefone das vítimas e a ligação pode ser direcionada para um estelionatário. Sendo assim, o ideal é fazer a ligação para o banco de um outro telefone. 

Uma outra informação importante é que os bancos não pedem de volta o cartão cancelado e jamais enviam motoboys para buscá-los.  “Se isso for proposto a você, não acredite, pois trata-se de uma tentativa de golpe. Nunca entregue seu cartão a ninguém e jamais informe sua senha por telefone ou respondendo a uma mensagem de e-mail ou whatsapp”, orienta Barbosa. 

Caso você seja vítima do golpe, o ideal  é registrar um boletim de ocorrência na polícia e fazer uma reclamação no Procon do município onde mora. “De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 14, a responsabilidade dos fornecedores é objetiva e a não proteção dos dados dos consumidores pode ser considerada falha na prestação do serviço, cabendo aos fornecedores o ônus de eventuais negligências”, conclui o coordenador do Procon Assembleia.