Por José Vítor Camilo

Usando um facão, um homem de 45 anos feriu a própria filha e o namorado dela - um homem trans - na madrugada do último domingo (11) em Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais. O suspeito foi preso em flagrante após acionar a Polícia Militar (PM) e esperar a chegada da viatura no local. 

A corporação foi acionada no imóvel, que fica no bairro Vila Regina, por volta de 1h. No imóvel, encontraram o autor com as roupas sujas de sangue e a arma usada no crime em cima de um móvel. Perto dele, estavam as vítimas, a filha dele, de 20 anos, e o namorado dela, de 21. 

O rapaz sofreu cortes na cabeça, na mão esquerda e nas duas pernas. Já a filha do homem ficou ferida no supercílio e na mão esquerda. Os dois foram socorridos para um hospital da cidade, sendo que a jovem recebeu alta instantes depois.

Já seu namorado acabou precisando de transferência para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, devido à gravidade do ferimento.

Na manhã desta segunda-feira (12), a reportagem de O TEMPO conseguiu confirmar com a família do jovem que ele seguia internado na unidade de saúde da capital mineira. Mais detalhes de seu estado de saúde e sobre o crime não foram repassados.  

'Pedi que ele saísse e se recusou', disse autor

De acordo com a PM, o suspeito contou que chegou em casa e encontrou a filha com o namorado, tendo pedido que ele saísse de sua casa. O jovem teria se recusado e, então, ele o teria agredido com o facão. 

Ainda no relato do homem, sua filha então teria passado a agredí-lo verbalmente, momento em que também usou a arma para ferí-la. 

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi levado para a Delegacia de Plantão de Itabira, na mesma região, onde prestou depoimento. 

"O homem foi autuado em flagrante por lesão corporal por razões da condição do sexo feminino, crime previsto no artigo 129, parágrafo 13º, do Código Penal, e encaminhado ao sistema prisional, ficando à disposição da Justiça", disse.

Ainda segundo a instituição policial, o delegado também fez o requerimento de uma medida protetiva para a vítima, já enviada ao Poder Judiciário. "A investigação da PCMG prossegue na Delegacia de Polícia Civil da cidade para completa elucidação dos fatos", finalizou.