‘Zema tenta vestir a roupa de Bolsonaro’, diz Flávio Dino

‘Zema tenta vestir a roupa de Bolsonaro’, diz Flávio Dino
Flavio Dino rebateu críticas de Zema ao governo federal — Foto: Reprodução

 

Por Levy Guimarães

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, “se alinha à extrema-direita” ao questionar a postura do governo federal nos atos extremistas do dia 8 de janeiro, que vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

“Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele. É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga. [...] Não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terroristas. Fica feio”, disse, em entrevista ao site Revista Fórum.

Na última segunda-feira (16), em entrevista à Rádio Gaúcha, Zema afirmou ter havido erro do governo federal no dia 8, sugerindo que o Planalto pode ter feito “vista grossa para que o pior acontecesse e se fizesse de vítima”.

 

Flávio Dino citou o fato de o governador mineiro ter ido a Brasília no dia 9, na reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os governadores, que fizeram um ato de desagravo aos Três Poderes.

“Por que ele não perguntou a mim, que estava lá? Por que não perguntou ao presidente da República que estava lá? Seria mais decente, né? Do que falar posteriormente”, continuou Dino. 

O ministro pediu a Zema “ponderação” e fez um paralelo com a tragédia da barragem de Brumadinho, em 2019, logo no início da gestão do atual governador em Minas: “imagine se alguém tivesse dito no dia seguinte à tragédia de Brumadinho que ele sabia e deixou acontecer para poder ganhar dinheiro? Como ele se sentiria?”. 

Por fim, Flávio Dino afirmou que o governo federal, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário, foi apenas vítima dos atos extremistas do dia 8. E comparou Romeu Zema ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Somos vítimas e é preciso que haja uma proteção da lei para todos. Eleição tem em 2026, agora, não acho que seja adequado o candidato querer se colocar na agenda sendo uma espécie de sub-Bolsonaro, fica feio. Acho que é deplorável esse tipo de coisa acontecer”.