Jardim diz se adaptar ao elenco do Cruzeiro: 'não vou mudar característica dos jogadores'

Com pouco tempo de trabalho no Cruzeiro, o técnico Leonardo Jardim vê o time ainda longe do 'ideal' em relação ao estilo de jogo que pretende implementar, mas garantiu que, acima de tudo, respeitará as características dos jogadores de seu elenco. 

"Em relação ao meu estilo de jogo, procuro me adaptar também ao elenco do Cruzeiro. Com certeza que não posso implementar um estilo de jogo sabendo que tenho um elenco de 26 jogadores, mesmo que eles sejam do meu perfil de jogadores", destacou o treinador."Mas é uma situação que quando eu assinei com o Cruzeiro também já sabia que tínhamos um elenco. E a gente (comissão técnica) está tentando que este elenco seja mais competente e que tenha características diferentes. Algumas características que quero implementar, que é jogar de forma diferente, jogar a aproximar, jogar a roubar a bola mais rápido, ser uma equipe mais agressiva na frente, uma equipe equilibrada também", acrescentou Jardim.

"Em relação aos jogadores e a equipe, na concentração falamos com muita frequência, quase todos os dias, e com certeza eles (diretoria) sabem o que é possível fazer dentro da equipe e para equilibrar mais o efetivo", revelou o treinador.

Jardim chegou até a citar alguns exemplos de perfis de titulares da Raposa. "Temos jogadores com algumas características que não vamos mudar. Não vamos fazer o Matheus Henrique ser um ganhador de duelos (pelo alto) porque ele tem é baixo. Não vamos fazer o Matheus ser um jogador agressivo (de combate), que não é um jogador agressivo, o Dudu também.. Cada jogador tem suas características. A gente tem é que procurar, dentro destas características que eles têm, ter uma boa atitude competitiva e rentabilizá-los para o jogo", enumerou.

ESTRATÉGIA

Quando questionado a respeito de ter montado a equipe titular com apenas dois homens mais ofensivos - Dudu e Gabigol -, Leonardo Jardim respondeu se tratar de uma estratégia específica para a partida, destacando não ser 'refém' de uma forma única de atuar. Nem mesmo no decorrer de um mesmo duelo.

"Em relação a estratégia, sabemos que esse América tinha feito muitas transições no primeiro jogo (pela fase de grupo do Mineiro). Fizeram cinco ou seis transições e criaram muitos desequilíbrios ao Cruzeiro. Agora nós jogamos com três jogadores no meio. Jogamos com Dudu de um lado, Matheus do outro e Gabigol na frente. Só que como eu acredito e vejo o futebol, o futebol não é estático. Ás vezes o Matheus vinha por dentro, vai um por fora. É isso que eu pretendo, essa dinâmica. O lateral está atacando, faz de extremo, o volante faz de construtor, tem que haver essa dinâmica, tem que ter cultura tática para jogar de uma forma positiva com a bola", ressaltou.O treinador português entende que o time ainda precisa melhorar também no chamado último terço do campo. "Com certeza, pouco a pouco, (o time vai passar a) ser mais efetivo na zona de finalização, para fazermos mais gols, sermos mais agressivos dentro da área adversária", finalizou.

Pela primeira vez desde que chegou ao Cruzeiro, o técnico terá uma semana livre para trabalhar com seus atletas. O jogo de volta contra o América será no sábado (22), às 16h30, no Independência.

Para ficar com a vaga na final, o Cruzeiro precisa vencer o América. Em caso de novo empate, a definição do classificado será através da cobrança de pênaltis.