Lira diz que discussão sobre voto impresso está encerrada: ‘resultado soberano'

Lira diz que discussão sobre voto impresso está encerrada: ‘resultado soberano'
Presidente da Câmara, Arthur Lira, comanda a sessão do Plenário que votou a PEC do Voto Impresso Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

 

Por PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que após a derrota do voto impresso no plenário da Casa, o assunto está encerrado, pelo menos nesse ano, porque não há tempo nem espaço para uma nova discussão.

Na prática, isso significa que o voto impresso só estará nas eleições de 2022 se o Senado decidir votar uma PEC que o institua, o que é improvável no momento. Para valer nas próximas eleições, a alteração teria que ser aprovada até outubro, um ano antes do pleito.

 

 

“Com respeito à Câmara dos Deputados, esse assunto está, neste ano, e com esse viés de constitucionalidade, encerrado. Nós não teríamos tempo nem espaço para iniciarmos nova discussão”, disse o presidente da Câmara após o término da votação.

“Há, como disseram alguns, uma possibilidade de discussão no Senado. Pela longevidade da PEC que lá se encontra eu não vejo essa possibilidade clara”, acrescentou Lira.

O presidente da Câmara acredita que Jair Bolsonaro vai respeitar o resultado do plenário, como já havia dito. Lira pediu autocontenção e parcimônia aos poderes Executivo e Judiciário para encontrar uma solução para dar mais transparência às urnas eletrônicas e eliminar as eventuais dúvidas legítimas de muitos brasileiros que possam pairar sobre o sistema eleitoral.

“Nossa obrigação agora é sentarmos todos à mesa, sem vencidos e vencedores, cumprindo cada um seu papel constitucional, com autocontenção dos poderes e que esse assunto possa ser tratado com parcimônia e com menos polarização. É o que eu espero daqui para frente. Mais uma vez eu repito: resultado soberano, democrático, altivo, não de uma comissão, mas do plenário da Câmara dos Deputados”, afirmou.

A autora da PEC do Voto Impresso, a deputada Bia Kicis (PSL-DF), lamentou a derrota nas redes sociais. “A Câmara enterrou a possibilidade de auditarmos as eleições. Uma lástima!’, escreveu.

Já o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (sem partido) comemorou o resultado. “Bolsonaro perdeu. Espero que agora ele cuide dos verdadeiros problemas do Brasil”, declarou.

O atual vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), adotou linha parecida e pediu que o foco agora seja “cuidar de vacina, emprego e comida”.

“O debate sobre voto impresso serviu pra justificar ataques à democracia, aos Poderes e pra questionar nosso sistema eleitoral e colocar em cheque as próximas eleições. Votei NÃO com absoluta convicção! Agora vamos virar essa página e cuidar de vacina, emprego e comida!”, publicou o deputado em suas redes sociais.

A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) depositou suas esperanças no Senado. “Parabéns a quem pressionou. O placar mostra que muitos deputados mudaram para a favor da PEC. Ainda podemos aprovar o voto democrático auditável com uma PEC que está no Senado desde 2015”, disse.