Bomba de água é instalada em área alagada de Porto Alegre após protesto; no Sul do estado, canal atinge nível recorde

Em Canoas, Base Aérea e shopping passaram a operar como aeroporto comercial, e militares foram afastados após informação falsa sobre dique. Em Pelotas, Canal São Gonçalo bateu recorde de cheia. Estado soma 169 vítimas após temporais.

Bomba de água é instalada em área alagada de Porto Alegre após protesto; no Sul do estado, canal atinge nível recorde
Moradores protestam na Freeway — Foto: Jonathan Heckler/Agencia RBS

Por g1 RS e RBS TV

O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) de Porto Alegre iniciou, nesta segunda-feira (27), a instalação de uma bomba de água para drenar uma das regiões mais afetadas pelos alagamentos na capital. Mais cedo, moradores dos bairros Farrapos e Humaitá, na Zona Norte, trancaram a BR-290 em protesto, cobrando uma ação das autoridades.

Apesar da chuva que atinge a Região Metropolitana, o nível do Guaíba voltou a cair. O lago ficou abaixo dos 4 metros de altura, alcançando 3,90 metros na tarde desta segunda.

Em Canoasa Base Aérea recebeu o primeiro voo comercial. A instalação militar e um shopping, que serve de área de embarque, substituem o Aeroporto Internacional Salgado Filho, ainda alagado em Porto Alegre. A operação provisória permitiu reencontros de famílias afastadas desde o início das cheias.

Também em Canoas, o Exército Brasileiro afastou de suas funções militares que divulgaram um informação falsa de que um dique havia rompido em Canoas. O alerta infundado motivou a evacuação do bairro Mathias Velho, um dos mais atingidos pelas enchentes.

No Sul do estado, o Canal São Gonçalo, que liga as lagoas Mirim e dos Patos, atingiu a maior marca da história, chegando a 3,06 metros em Pelotas.

Em Rio Grande, a Ilha dos Marinheiros completou 20 dias de isolamento com a cheia da Lagoa dos Patos, onde sedimentos como barro, argila e areia e outros resíduos, incluindo esgoto, chegaram ao Oceano Atlântico.

Na Serra, o vice-presidente Geraldo Alckmim (PSB) visitou Caxias do Sul, para conhecer as demandas de indústrias afetadas pela cheia. O também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços projetou a abertura de uma linha de crédito de R$ 15 bilhões para grandes empresas do estado.

O RS chegou a 169 vítimas dos temporais e cheias que afetam diversas regiões desde o final de abril. Ainda há 53 pessoas desaparecidas e 637 mil fora de casa.