Tratativas pela vacina do Butantan ficaram paradas por 3 meses, diz Covas

O período coincidiu as falas do presidente Jair Bolsonaro contra a vacina CoronaVac Por DA REDAÇÃO 27/05/21 - 13h11

Tratativas pela vacina do Butantan ficaram paradas por 3 meses, diz Covas
Foto: Tv senado/reprodução

Em depoimento na CPI da Pandemia no Senado Federal, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que uma carta de intenções de venda de vacinas para o Ministério da Saúde foi assinada em 19 de outubro, mas ficou paralisada por quase três meses. Mesmo período das falas do presidente Jair Bolsonaro contra a vacina CoronaVac, produzida pela instituição. 

Covas afirmou que a entidade fez três ofertas de vacinas ao governo federal ainda no ano passado e que foram rejeitadas pelo Ministério da Saúde. Segundo o diretor, do Butantan poderia  ter entregue 100 milhões de doses até maio e 10 milhões de doses até dezembro de 2020

De acordo com Covas, apesar das sinalizações positivas feitas pelo Ministério da Saúde em outubro com a assinatura da carta de intenções de compra, o presidente da República barrou o progresso. No episódio, Jair Bolsonaro disse publicamente que não faria o acordo com o Butantan, atrasando a negociação. Em resposta, Pazuello disse: "É simples assim: um manda e outro obedece".

"Não houve mais progresso nas tratativas até janeiro. A partir daquele momento [suspensão da negociação pelo governo federal, nosso caminho era outro, era o entendimento com estados e municípios", afirmou.

Segundo Dimas Covas, a situação só começou a mudar quando o Estado de São Paulo e outras unidades da federação começaram a firmar acordos com o instituto para garantir doses da vacina diretamente. Com isso e com as dificuldades de conseguir trazer da Índia os imunizantes da AstraZeneca, o governo de Jair Bolsonaro, enfim, no dia 6 de janeiro, decidiu solicitar uma nova oferta por parte do Butantan.