Simões diz que venda de hidrelétricas da Cemig ajuda federalização e critica oposição: 'quer mídia'

Vice-governador ainda garantiu que nomeação de Luísa Barreto na Codemge será mantida, após oposição pedir a anulação no TCE

Simões diz que venda de hidrelétricas da Cemig ajuda federalização e critica oposição: 'quer mídia'
Vice-governador Mateus Simões (Novo) comentou sobre venda de hidrelétricas da Cemig _Foto: Mariana Cavalcanti | O TEMPO

Por Mariana Cavalcanti

 

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), afirmou nesta quarta-feira (19 de março) que a venda das quatro hidrelétricas da Cemig à iniciativa privada faz parte da estratégia do governo estadual para viabilizar a federalização da companhia e a adesão ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). A declaração foi feita durante o evento com a Fiemg em Belo Horizonte.

A resposta veio após deputados estaduais da oposição pedirem ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) a anulação da venda das usinas, argumentando que a medida desidrata a Cemig e abre caminho para sua privatização, atrapalhando a discussão sobre sua federalização para abatimento da dívida de Minas com a União. Simões rebateu as críticas e acusou os deputados de buscarem visibilidade na imprensa. “É uma pedra no meio do caminho para tentar aparecer na mídia e ter cobertura”, afirmou.

O vice-governador defendeu que a transformação da Cemig em uma corporação é uma condição imposta pelo governo federal para que a companhia possa ser federalizada. “O ministro Haddad foi muito claro ao dizer que não aceitaria a federalização da Cemig se tivesse que desembolsar R$ 30 bilhões para isso. A única forma de resolver essa questão é transformar a Cemig em uma corporação”, explicou.

Ainda segundo Simões, a venda das usinas permitirá que a Cemig concentre investimentos em distribuição de energia. “A Cemig é distribuidora de energia. Quando investe em pequenas centrais hidrelétricas, está tirando dinheiro da linha de transmissão e das subestações. A meta do governo Zema sempre foi garantir energia de qualidade na ponta, em cada cidade, casa e indústria. Mas para isso, preciso de dinheiro”, justificou.

O vice-governador também criticou a tentativa da oposição de barrar a nomeação da secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, como presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Os deputados alegam que a Lei das Estatais impede que candidatos derrotados em eleições nos últimos três anos assumam cargos de comando em empresas públicas.

Simões afirmou que não há impedimento legal e que a escolha de Barreto será mantida. “A lei veda a nomeação de gestores partidários ou mandatários, e esse não é o caso da secretária Luísa Barreto. Ela é o quadro técnico mais qualificado do governo. Como a Codemge e a Codemig são nossos maiores ativos financeiros para o Propag, preciso dela lá. Ninguém melhor que ela, que comandou o orçamento do estado por anos, para organizar essas empresas para a federalização”, defendeu.

Por fim, o vice-governador criticou a oposição e sugeriu que o grupo foque na tramitação do Propag na Assembleia Legislativa. “O projeto que autoriza a federalização da Cemig está na Assembleia desde o ano passado. Espero que os deputados tenham tempo, além de ir ao TCE dar entrevistas, para discutir temas essenciais como a Copasa e a Cemig, que são fundamentais para a adesão ao Propag”, concluiu