Justiça Federal obriga Cruzeiro a pagar R$ 8 milhões de dívida com o FGTS

Com uma dívida de mais de R$ 8 milhões com o FGTS, a Justiça Federal condenou o Cruzeiro em uma ação movida pela União a quitar os valores em até cinco dias. O prazo começa a correr após o clube ser intimado da decisão do juiz substituto Valmir Nunes Conrado, que é de janeiro deste ano. Os valores se referem ao débito acumulado até outubro de 2020.

De acordo com o andamento do processo, o clube recebeu o mandado na última quinta-feira (30). Caso não efetue o pagamento do débito trabalhista, o Cruzeiro pode ter bens penhorados. 

"Na hipótese de o executado, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo e de não serem encontrados bens penhoráveis, fica determinado, desde já, o bloqueio dos ativos financeiros, porventura existentes, em nome do executado citado, até o limite do débito", informou a ação judicial.

O setor jurídico da Raposa ainda pode recorrer da decisão em até 30 dias. O Cruzeiro foi procurado, mas ainda não se manifestou. 

Em outubro, o Cruzeiro chegou a fechar um acordo com a a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para pagar uma dívida tributária de R$ 334 milhões. Com a medida, o clube conseguiu um desconto de R$ 156 milhões e vai parcelar o restante. "Este problema tributário se encerra basicamente no Cruzeiro", declarou o presidente Sérgio Santos Rodrigues na época. A decisão não especifica se a dívida trabalhista tem alguma relação ou pode prejudicar o acordo do Cruzeiro.

No vermelho

Desde a campanha que levou o clube ao rebaixamento para a Série B em 2019 e continuidade na Segundona, o time azul passa por grandes dificuldades financeiras e chegou a atrasar por diversas vezes até os salários de funcionários e jogadores. Em balanço apresentado nesta semana, o Cruzeiro informou que operou com um déficit de R$ 921 milhões no exercício de 2020, agravado por conta da pandemia da Covid-19.

Já a dívida total do clube é de quase R$ 900 milhões e o patrimônio celeste não ultrapassa R$ 208 milhões. No relatório da auditoria realizada nas contas, a empresa alegou que o clube convive com uma "incerteza significativa relacionada à continuidade operacional do clube por conta dos sucessivos déficits".