Fávaro adota tom defensivo e afirma que prioridade não é 'agradar todo mundo'

O ministro da Agricultura comentou nesta quarta-feira (3) as duras críticas que tem recebido da bancada do agronegócio no Congresso Nacional

Fávaro adota tom defensivo e afirma que prioridade não é 'agradar todo mundo'
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária

 

Por Gabriela Oliva

 

BRASÍLIA. Na noite desta quarta-feira (3), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adotou um tom defensivo durante coletiva de imprensa, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, afirmando que sua prioridade "não é agradar a todos". 

 

 

"Com relação a essa proximidade [com a bancada do agronegócio], isso não é a prioridade número um, agradar todo mundo e achar que todo mundo tem que bater palmas."

 

Fávaro afirmou que evitaria "polêmicas", e destacou que o Plano Safra só foi finalizado estruturalmente na última terça-feira (25) após a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

 

O ministro explicou que considerou realizar o evento no Mato Grosso, porém concluiu que "é diferente mobilizar fora de Brasília". 

 

 

"Aqui [em Brasília], todas as entidades têm representatividade. Nesse espaço de tempo, seria muito mais difícil mobilizar. Então, decidimos fazer aqui em Brasília mesmo", afirmou.

 

Fávaro minimizou o impacto do adiamento do lançamento do Plano Safra, afirmando que "parecia que o mundo ia acabar, que o agronegócio brasileiro ia acabar, [foi falado] desprezo." 

 

"O Plano Safra terminou domingo [30 de junho], hoje é quarta-feira [3 de julho], isso já tinha ocorrido outras vezes e não acaba o mundo, não foi desprezo nenhum." E declarou: "Mais do que retórica, é trabalhar, e os resultados aparecem".

 

 

Como noticiado por O TEMPO Brasília, a bancada do agronegócio no Congresso Nacional demonstrou preocupação com o adiamento do lançamento do Plano Safra 2024/2025. A mudança da data para esta quarta-feira (3) gerou inquietação entre os deputados.

 

Parlamentares ouvidos pela reportagem de O TEMPO Brasília, sob condição de anonimato, relataram que a medida trouxe "preocupação" e aumentou a "insegurança do setor no governo federal".

 

Eles argumentam que o encerramento do Plano Safra 2023/2024 em 30 de junho deixou os produtores desamparados nos primeiros dias do novo período de vigência.

 

 

Além disso, destacam que os produtores rurais brasileiros já enfrentam desafios significativos, como mudanças climáticas e baixos preços para seus produtos, e agora se sentem "desprezados" pelo governo.