Justiça absolve 4 réus acusados de mandar matar prefeito de Nacip Raydan; júri foi em Betim

Justiça absolve 4 réus acusados de mandar matar prefeito de Nacip Raydan; júri foi em Betim
Ademar Alvarenga do Amaral e Maria Aparecida Vieira, ex-prefeitos de Nacip Raydan, no Vale do Rio Doce — Foto: Arquivo Pessoalral e Maria Aparecida Vieira, ex-prefeitos de Nacip Raydan, no Vale do Rio Doce — Foto: Arquivo Pessoal

O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal da Comarca de Betim, na Grande BH, absolveu os quatro réus acusados de mandar matar Ademar Alvarenga do Amaral, ex-prefeito de Nacip Raydan, na Região do Vale do Rio Doce. O júri foi nesta terça-feira (5).

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Os absolvidos são: o advogado Sebastião Aiala Braga; o lavrador João Augusto de Oliveira, o “João da Bina”; e os fazendeiros Ildeu Fróis Braga Filho, o “Braguinha”, e Paulo Fróis Braga Sobrinho, o “Paulinho Braga”.

O advogado da assistente da acusação, Fabiano Florio, disse ao g1 Minas que, apesar de respeitar a soberania dos jurados, entende que no caso específico a decisão não está de acordo com o contexto processual e, por isso, irá recorrer da decisão.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a sessão foi presidida pelo juiz Leonardo Antônio Bolina Filgueiras. O processo, originalmente da comarca de Peçanha, também no Rio Doce, foi transferido para Betim.

O assassinato

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ademar foi assassinado a mando de um grupo político rival, na casa da amante, em Betim. O crime foi no dia 7 de outubro de 1997.

Os réus são acusados de ter contratado um matador de aluguel, que atirou na vítima no bairro São Caetano.

Após o crime, a mulher de Ademar, Maria Aparecida Vieira, que era vice-prefeita de Nacip Raydan, assumiu o cargo. Ela foi assassinada em 2000.

A Justiça já condenou os envolvidos no assassinato de Maria Aparecida. Os réus recorreram em liberdade.

Os réus

De acordo com o MPMG, oito pessoas são acusadas de envolvimento na morte de Ademar. Porém, apenas quatro foram julgadas. Das outras quatro, duas morreram e outras duas conseguiram alegar prescrição do crime.

Sebastião Aiala Braga, advogado; réu

João Augusto de Oliveira – “João da Bina”, lavrador; réu

Ildeu Fróis Braga Filho – “Braguinha”, fazendeiro ; réu

Paulo Fróis Braga Sobrinho – “Paulinho Braga”, fazendeiro; réu

Joaquim Jota Braga morreu;

Wilson Cândido do Nascimento morreu.

Sebastião Fróis Braga (Tião Braga”) alegou prescrição

José Pedro Braga alegou prescrição

Acusados de matar ex-prefeito de Nacip Raydan serão julgados, em Betim, 24 anos depois

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O júri do Caso Ademar

Nos últimos 24 anos, o júri foi marcado e remarcado diversas vezes. A última data confirmada foi em 19 de março de 2018. A defesa dos réus pediu para que o julgamento fosse desmembrado e teve o pedido aceito pela Justiça.

O júri foi remarcado para o dia 14 de março de 2022, mas novo pedido de adiamento feito pela defesa foi acolhido pela Justiça.

Fabiano Florio recorreu da decisão da Justiça e, junto do MPMG, conseguiu uma liminar, garantindo o julgamento de todos os réus desta terça-feira.