'Inadmissível em uma democracia', diz Rosa Weber sobre ataque a Cármen Lúcia

'Inadmissível em uma democracia', diz Rosa Weber sobre ataque a Cármen Lúcia
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber — Foto: Carlos Moura/SCO/STF

 

Por O TEMPO/Agências

 

 

 

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, repudiou os ataques do ex-deputado federal Roberto Jefferson contra ministra da Corte Cármen Lúcia.  No conteúdo, divulgado na sexta-feira (21), ele compara a ministra com uma "prostituta" e a chama de "bruxa de Blair".

Rosa Weber classificou as condutas do ex-parlamentar como "covardes" e "inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura". Para a ministra, "não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios".

"O Supremo Tribunal Federal manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia, de que foi vítima a Ministra Cármen Lúcia em função de sua atuação jurisdicional, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral", afirmou a presidente do TSE.

Rosa Weber elogiou o "notável saber jurídico e reputação ilibada" da colega de Corte e afirmou que a ministra "ilumina o Supremo Tribunal Federal com sua inteligência, talento, isenção e competência". A presidente do STF declarou que Cármen Lúcia "continuará, independente e serena, na defesa intransigente da Constituição, sempre com o respaldo e admiração de seus pares e da comunidade jurídica".

"O Supremo Tribunal Federal manifesta, ainda, a esperança de que os princípios que regem a Constituição Cidadã façam aflorar na sociedade brasileira o espírito democrático e a tolerância que o momento eleitoral exige", declarou.

Depois da declaração do ex-deputado, o TSE divulgou uma nota repudiando "a covarde e abjeta agressão desferida" contra a ministra.

A Corte informou ainda que tomará todas as providencias institucionais necessárias "para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da democracia"

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) também divulgou uma nota de repúdio contra os ataques do política a magistrada.

"O Estado Democrático de Direito não admite que os magistrados e magistradas sofram ameaças em decorrência do exercício da atividade jurisdicional, sobretudo se proferidas em meio a discursos de ódio eivados de preconceito e discriminação", diz trecho do documento.

A Associação  Nacional dos Magistrados da Justiça (Anamatra) foi outra entidade que repudiou a agressão sofrida pela ministra. "A Anamatra expressa a solidariedade e reafirma a defesa do Estado Democrático de Direito, da independência do Poder Judiciário, das decisões judiciais e da mulher brasileira, como digna de direitos, de vida, de honra, de reconhecimento e de igualdade.