Bolsonaro veta R$ 200 milhões de pesquisa de vacina brasileira.

Recurso de emenda estava destinado ao imunizante desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Por ESTADÃO CONTEÚDO E O TEMPO REDAÇÃO

Bolsonaro veta R$ 200 milhões de pesquisa de vacina brasileira.
O ministro Marcos Pontes e o presidente Jair Bolsonaro em live sobre os investimentos em ciência no Brasil

Brasília. Nos cortes do Orçamento, o presidente Jair Bolsonaro vetou R$ 200 milhões que seriam usados no desenvolvimento da vacina contra Covid-19 "100% brasileira" anunciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Trata-se da pesquisa que estava em andamento pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e que havia sido anunciada pelos ministros da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e da Saúde, Marcelo Queiroga, em março, no mesmo dia em que o Instituto Butantan, de São Paulo, confirmava o pedido de testes para a Butanvac.

Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", durante uma live com Marcos Pontes, o presidente havia falado sobre o imunizante nacional. "Marcão, vamos lá. Como que 'tá' a nossa vacina brasileira? Essa é 100% brasileira, não é aquela 'mandrake' de São Paulo, não né?", perguntara Bolsonaro.

O ministro demonstrou preocupação com os cortes orçamentários na pasta, o que ele classificou de "estrago". Parte dos recursos para a vacina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo" viriam de emenda do relator do Orçamento no Senado, Marcio Bittar (MDB-AC).

Supremo

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, decidiu enviar ao Plenário da Corte uma ação em que o PCdoB e do PSOL apontam ‘omissão e descaso’ do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da covid-19 no País.

As legendas pedem ao STF determine ao presidente que institua uma comissão autônoma, composta por representantes da União, dos governos estaduais e da comunidade científica, para coordenar o combate à pandemia no país.

Segundo os partidos, trata-se de caso de ‘excepcional urgência’ considerando o contexto da calamidade pública e o ‘colaboracionismo explicitamente assumido pelo presidente para o avanço exponencial da contaminação e da letalidade em escala social’.

As legendas apontam ainda uma ‘olímpica indiferença’ do governo federal ao crescimento exponencial das mortes por Covid-19 no país. Em despacho dado nesta sexta (23), Marco Aurélio invocou dispositivo que prevê que o plenário analise medida cautelar em ‘caso de excepcional urgência e relevância da matéria’. O decano do STF deu cinco dias para que a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República se manifestem sobre o pedido dos partidos da oposição.