Após mortes em 'rolezinho', viatura quase acerta moto em protesto; veja o vídeo

Após mortes em 'rolezinho', viatura quase acerta moto em protesto; veja o vídeo
Protesto era pacífico segundo moradores, mas PM já chegou atirando balas de borracha e jogando bombas de gás — Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

 

Por José Vítor Camilo

Familiares dos jovens que morreram após serem supostamente arrastados por uma viatura da PM durante um "rolezinho do grau", no Anel Rodoviário, denunciam a ação truculenta da corporação durante o protesto realizado por eles neste domingo (18), após o enterro do casal. Vídeos recebidos por O TEMPO mostram idosos e crianças correndo assustados após militares jogarem bombas de gás, uma mulher ferida após ser atingida por uma bala de borracha e, até mesmo, uma viatura sendo jogada contra um motociclista em uma rua da Vila da Luz, na região Nordeste de Belo Horizonte. 

De acordo uma pessoa da família de João Vítor Martins, de 21 anos, que preferiu não ser identificada por temer represálias, após o enterro eles resolveram fazer uma manifestação. 

"Era um ato pacífico e eles já chegaram assim, jogando bombas de gás e atirando balas de borracha. Tinham crianças, idosos, vários feridos. Diante da violência deles, a população inteira se revoltou. Fomos atacados, intimidados e, alguns, presos", detalhou. 

 

Veja os vídeos que mostram, inclusive, uma viatura sendo jogada na direção de uma moto: 

 

Ainda segundo o parente, as famílias de Martis e da sua namorada, Evelyn Priscila dos Santos, de 18 anos, acabaram ficando presos dentro de uma lanchonete.

"Eles vieram entrando, apontando armas, gritando. A gente se jogou no chão para se proteger. A polícia só parou quando um pai começou a implorar, pois tinha criança lá", completou o familiar. 

PMRv negou que houveram feridos 

Procurada na noite de domingo pela reportagem, o tenente Luiz Fernando, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), afirmou que seis pessoas foram presas por desacato e resistência durante os protestos, porém, negou que alguém tenha ficado ferido durante a ação policial. 

"Chegamos no local e achamos a via interditada por motociclistas e moradores, que colocaram pneus e atearam fogo. Foi necessário usar instrumentos de menor potencial ofensivo, granadas de efeito moral e disparos elastômero (balas de borracha) para dispersar os manifestantes e liberar a via", detalhou o militar. 

Cerca de 20 minutos depois, o grupo desceu para um ponto 1,5 km abaixo do Anel Rodoviário, ainda no mesmo bairro, e voltaram a atear fogo em pneus. Desta vez, apenas a chegada da viatura já foi suficiente para dispersar os presentes. 

"A partir disso, nos deslocamos com o efetivo para dentro do bairro para evitar que a balbúrdia voltasse. Agora, a situação está normalizada e estamos fazendo patrulhamento preventivo para garantir a paz", detalhou o tenente Luiz Fernando.