PF faz operação contra empresários que defendem golpe de Estado

PF faz operação contra empresários que defendem golpe de Estado
As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

Por Renato Alves

Agentes da Polícia Federal cumprem na manhã desta terça-feira (23) mandados de busca contra oito empresários que em um grupo de mensagens defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) vença o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais.

Os alvos da ação da PF são: Luciano Hang (dono das lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Serra), Meyer Nirgri (Tecnisa), Marco Aurélio Raimundo (Mormai) e Afrânio Barreira (Coco Bambu).

As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados estão sendo cumpridos nesta terça-feira (23) em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

 

Moraes manda bloquear contas bancárias e redes sociais

Além das buscas, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias dos empresários; bloqueio das contas dos empresários nas redes sociais; tomada de depoimentos; e quebra de sigilo bancário.

 

O caso foi revelado pelo Metrópoles. Em reportagem publicada na semana passada, o site mostrou que empresários bolsonaristas passaram a defender um golpe de Estado caso Lula vença as eleições de outubro. Houve quem sugerisse pagamento de bônus a funcionários que declarassem voto a Bolsonaro, o que é crime.

Investigadores desconfiam que esses empresários financiam atos democráticos pelo país, como os que ocorreram em 7 de setembro do ano passado, com ameaças de invasão ao STF e intervenção militar com a manutenção de Bolsonaro no poder.

Empresários desdenharam de carta em defesa da democracia

A preocupação com investidas frequentes de grupos bolsonaristas contra a democracia levou entidades empresariais e da sociedade civil, políticos e cidadãos a endossarem cartas em defesa do Estado de Direito democrático no Brasil, que tiveram a adesão de mais de 1 milhão de pessoas.

 

Por outro lado, empresários bolsonaristas, como Luciano Hang, atacaram a iniciativa. O próprio Jair Bolsonaro chamou o manifesto de "cartinha".

Hang é investigado pela PF em outro inquérito, que apura ações de bolsonaristas contra instituições democráticas, com a disseminação de fake news e ameaças a ministros do STF.

Nesta terça-feira (23), após ser alvo da operação, ele reclamou da ação e disse que nunca falou em golpe de Estado.