'Nunca aconteceu troca de ideias sobre eleições com EUA', diz Heleno

Augusto Heleno, ministro do GSI confirmou a visita da CIA a Brasília, mas chamou reportagem de "notícia falsa"

'Nunca aconteceu troca de ideias sobre eleições com EUA', diz Heleno
Ministro do GSI e general da reserva Augusto Heleno foi o convidado da live do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (5) para esclarecer reportagem da Reuters sobre a CIA e eleições

 

Por LUANA MELODY BRASIL | O TEMPO BRASÍLIA

05/05/22 - 19h06

Diante da repercussão de reportagem da agência Reuters desta quinta-feira (5), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno foi o convidado especial da live semanal do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele confirmou que, de fato, membros da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) estiveram em Brasília, mas não para tratar das eleições de outubro.

"Lógico que as conversas sobre a área de inteligência que nós tivemos foram extremamente produtivas e muito interessantes. Essa conversa sobre eleições jamais aconteceu, não sei de onde ele [repórter] buscou essa narrativa. Isso nunca aconteceu, não houve nenhuma troca de ideias sobre eleições nem nos Estados Unidos nem aqui. Essa é uma notícia falsa", alegou Heleno.

Segundo a reportagem da Reuters, o diretor-geral da CIA, William Burns, alertou, em julho do ano passado, o alto escalão do governo para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pare de levantar dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro. 

A reportagem relata que “uma delegação liderada por Burns havia dito aos principais assessores de Bolsonaro que o presidente deveria parar de minar a confiança no sistema de votação do Brasil”.

Burns chegou a Brasília seis meses após a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro, que foi incitada pelo ex-presidente Donald Trump, que, assim como seu aliado Bolsonaro, coloca em dúvida a confiabilidade das instituições democráticas, inclusive apontando fraudes na votação, sem mostrar qualquer prova.

“Duas das fontes alertaram para uma possível crise institucional se Bolsonaro perdesse por uma margem estreita, com o escrutínio focado no papel das Forças Armadas brasileiras, que governaram o país durante um governo militar de 1964 a 1985, e que Bolsonaro comemora”, cita a reportagem.

De acordo com Bolsonaro, essa é uma narrativa plantada fora do Brasil devido à participação das Forças Armadas no processo eleitoral.

"Seria extremamente deselegante um chefe de uma agência como a CIA vir ao Brasil para dar um recado. Se vê que é uma mentira, fake news, que por coincidência talvez queira criar uma narrativa plantada fora do Brasil, quando as Forças Armadas foram, deixo bem claro, convidadas a participar do processo eleitoral", afirmou.