Nós não enviaremos 50 notas para ele', diz comandante da Aeronáutica sobre Aziz

Tenente-brigadeiro do ar, Carlos Almeida Baptista Junior diz que não ficará fazendo ameaças: 'Homem armado não ameaça'

Nós não enviaremos 50 notas para ele', diz comandante da Aeronáutica sobre Aziz
Tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior diz não ter intenção de proteger ninguém à margem da lei

 

Por O TEMPO

09/07/21 - 11h45

Em entrevista ao jornal O Globo, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Junior, afirmou que não enviará 50 notas para Omar Aziz, presidente da CPI da Covid no Senado. "É um alerta. É apenas essa", disse o militar sobre a nota conjunta assinada pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os demais chefes das Forças Armadas.

Na quarta-feira, os militares publicaram uma nota em que diziam repudiar falas do senador, que, segundo eles, estava "desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção" e encerravam dizendo que não iriam "aceitar qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".

Na entrevista, o comandante da Aeronáutica afirmou que a nota não foi direcionada à CPI da Covid, mas a seu presidente. "Ele colocou isso de uma forma que nos parece generalizada. E esta observação dele já se repetiu em algumas outras oportunidades, particularmente em relação ao general Pazuello, ao Elcio [Franco, ex-secretário executivo da Saúde e coronel da reserva]", mas ressaltou que não serão protegidos aqueles que estão à margem da lei.

Após a entrevista, o senador retuitou uma publicação do deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) que diz que "o comandante da Aeronáutica extrapolou seus limites institucionais. Não cabe a ele impor limites às investigações da CPI e nem impedir investigação sobre a conduta de militares no exercício de funções civis".

Aziz não participa da sessão da CPI da Covid desta sexta-feira.

O relator da comissão, senador Renan Calheiros, ressaltou que a investigação tem apoio popular, apontando para isso pesquisa que indica que dois terços dos brasileiros são favoráveis aos trabalhos da CPI. Calheiros ainda afirmou que os senadores não se intimidarão com ameaças.