Backer rebate críticas por reabertura: 'história continuará a ser escrita'

Por LETÍCIA FONTES
Após a reabertura do Templo Cervejeiro da Backer, no bairro Olhos D’Água, na região do Barreiro, no último sábado (17), a cervejaria afirmou nesta terça-feira (20), que apesar de "sentir muito pelo o que ocorreu", irá continuar suas atividades. A empresa ainda negou que tivesse acontecido uma festa de reinauguração no local. "O ambiente de descontração de um bar e restaurante não pode ser confundido jamais como uma festa", informou em nota.
O evento fechado, no último sábado (17), revoltou parentes de vítimas e quem teve sequelas depois beber o produto. No local era vendido a cerveja Amber, produzida em São Paulo, pela Cervejaria Germânia. A bebida seria inspirada na receita da cerveja Capitão Senra, da Backer, que teve a venda proibida por precaução, juntamente com todos os produtos da empresa, após vazamento da substância Dietilenoglicol de um tanque de resfriamento da fábrica. O caso aconteceu um dia após os três sócios da empresa se tornarem réus no processo que apura 10 mortes e 16 clientes com sequelas. A cervejaria está interditada desde janeiro por causa do registro de casos de intoxicação entre consumidores da bebida.
"Fechar as portas definitivamente teria sido o caminho mais fácil. Mas não para nós. Temos muito orgulho da história que escrevemos nos últimos 20 anos e ela continuará a ser escrita, sem jamais nos omitirmos sobre os fatos em apuração", publicou a empresa em seu Instagram, que ainda acrescentou. "A reabertura do Templo Cervejeiro possui todas as licenças para funcionar, gera emprego, impostos e receita (...) não deixamos de sentir muito pelo o que ocorreu, mas entendemos que a única forma de poder ajudar é continuarmos com as nossas atividades, e assim, faremos", finaliza a cervejaria.
De acordo com a empresa, todas as medidas estão sendo tomadas para atender as vítimas. "Enquanto não definidas as responsabilidades, adotamos providências, como por exemplo, de disponibilizar assistência médica em prol das vítimas e seus familiares, através de conceituada sociedade da área da saúde. Todos tiveram a opção de aceitá-la ou não. Recursos depositados à disposição da Justiça já estão sendo liberados há alguns meses para as vítimas. Para que tal situação possa prosseguir, nós precisamos retornar com os nossos serviços e produtos. Não há outra opção. Temos grande esperança em solucionar o quanto antes todos os conflitos pendentes, sem a necessidade de pronunciamentos da Justiça", ressaltou.
Entenda
Interditada e proibida de produzir cerveja, a Cervejaria Backer pode contratar outras empresas para a produção de suas receitas e marca. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o funcionamento do restaurante, no bairro Olhos D’Água, região Oeste de Belo Horizonte, é de competência da vigilância sanitária, porém a comercialização de bebidas pela empresa poderá ocorrer somente se os produtos estiverem devidamente registrados.
"A Backer não atendeu as exigências feitas pelo Mapa para garantir a segurança dos produtos. Desta forma, qualquer manipulação de bebidas na Backer (produção, padronização, envase) continua proibida", destacou o Mapa em comunicado divulgado nesta segunda-feira (19).
Ainda segundo a nota, o Ministério "segue trabalhando, em conjunto com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e a Polícia Civil, no caso de intoxicação causada pelo consumo das cervejas produzidas pela Cervejaria Backer".
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