ALTA DA INFLAÇÃO Após fala do ministro, Casa Civil nega ‘intervenções’ para baixar preço dos alimentos

Segundo a pasta, ministro queria dizer ‘ações’ e não haverá intervenções artificiais

ALTA DA INFLAÇÃO Após fala do ministro, Casa Civil nega ‘intervenções’ para baixar preço dos alimentos
Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, governo vai debater 'intervenções' para baratear os alimentos_ Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

BRASÍLIA - A Casa Civil voltou atrás sobre “intervenções” para baixar os preços dos alimentos e alegou que seriam “ações”. Pela manhã, em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, Rui Costa, chefe da Casa Civil, afirmou que o governo buscava um “conjunto de intervenções” para baixar os preços dos alimentos.  “Vamos fazer algumas reuniões, com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, para buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, afirmou, durante a entrevista, ao vivo. 

 

No entanto, no início da tarde, a pasta negou que seriam “intervenções” e alegou que o governo estuda “ações”.  

 

“Vamos fazer algumas reuniões, com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, para buscar um conjunto de ações que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, diz o trecho divulgado pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República.  O governo negou eventuais intervenções artificiais nos preços. 

 

A alta no custo dos alimentos é apontada pelo Planalto como uma das prioridades do governo para 2025. Em reunião ministerial na segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou de seus ministros a redução no preço dos alimentos que, de acordo com ele, “estão caros na mesa do trabalhador”. O petista afirmou que é preciso ter preços compatíveis com o que a população ganha.   

 

Rui Costa afirmou, durante a entrevista nesta quarta-feira, que no fim de 2024, Lula se reuniu com representantes de supermercados para debater a pauta. Eles teriam sugerido medidas ao presidente, que devem ser implementadas ainda no primeiro bimestre de 2025. 

 

Segundo o ministro, um dos fatores para a inflação dos alimentos está o fato de 2024 ter sido um ano “atípico” do ponto de vista climático, com fortes chuvas em algumas regiões do país e fortes secas em outras. 

 

O alto preço dos alimentos é um dos desafios do governo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 10 de janeiro revelaram que os alimentos no domicílio, que são itens utilizados de forma rotineira em casa, tiveram inflação de 8,23% ao longo de todo o ano de 2024.   

 

Os destaques que impactaram esse aumento foram as carnes (20,84%), o café moído (39,60%), o leite (18,83%) e as frutas (12,12%). O índice é medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).