Bolsonaro ironiza possível indiciamento: "Renan acha que não vou dormir"

Por AMANDA CARVALHO
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ironizou o possível indiciamento pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. "O Renan está achando que eu não vou dormir porque está me chamando de homicida, está de sacanagem", disse o presidente.
O relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), confirmou nesta sexta (15) que vai pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pelo cometimento de 11 crimes ao longo da pandemia. O relatório final de Renan será lido na comissão na próxima terça-feira (19) e votado no dia seguinte, 20 de outubro.
"Sabia que eu fui indiciado hoje por homicídio? Alguém está sabendo aí? A CPI me indiciou por homicídio. O Renan Calheiros me indiciou por homicídio. 11 crimes", disse Bolsonaro, enquanto ria, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Em seguida, o presidente atacou Renan Calheiros.
"O que nós gastamos com auxílio-emergencial foi o equivalente a 13 anos de Bolsa Família. Tem cara que critica ainda. O Renan me chama de homicida. Um bandido daquele. Bandido é elogio para ele", disse.
Em entrevista à Rádio CBN nesta sexta (15), Renan citou os seguintes crimes que serão atribuídos a Bolsonaro:
- Crime de epidemia com resultado em morte;
- Crime de infração de medidas sanitárias;
- Emprego irregular de verba pública;
- Incitação ao crime;
- Falsificação de documento particular;
- Crime de charlatanismo;
- Crime de prevaricação;
- Genocídio de indígenas;
- Crimes contra a humanidade;
- Crimes de responsabilidade;
- Homicídio comissivo por omissão -esse, segundo Renan, pelo presidente da República “ter descumprido seu dever legal de evitar a morte de milhares de brasileiros durante a pandemia”.
"Todos esses crimes serão utilizados no indiciamento. Eles terão uma descrição a partir dos fatos caracterizados pelas condutas e igualmente, mais de 40 outros personagens que tiveram óbvias participações no enfrentamento da pandemia, com fake news também, do gabinete do ódio que funcionou durante o enfrentamento da pandemia, eles serão igualmente indiciados”, disse o relator, informando que a lista de pedidos de indiciamento vai passar de 40 nomes.
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