Por O TEMPO

O preço do litro da gasolina nas bombas de postos de combustível em Belo Horizonte beira os R$ 8,00. Na região Centro-Sul da capital, o valor para o derivado do petróleo está em R$ 7,79 em, ao menos, dez estabelecimentos. A gasolina aditivada foi encontrada por até R$ 8,19, e o valor mais comum foi de R$ 7,99. 

O levantamento foi feito pela reportagem de O TEMPO, que percorreu postos no circuito entre o bairro Belvedere, a avenida Nossa Senhora do Carmo e o Anel Rodoviário.

A alta nos preços ocorre após anúncio da Petrobras, feito na última sexta-feira (17), de reajuste de 5,2% no litro da gasolina para as distribuidoras, e o valor chegou a R$ 4,06, ante R$ 3,86 praticados anteriormente,

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, alta de 14,2%.

Questionado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirmou que não se pronunciará sobre os aumentos.

Consumidor correu aos postos

Na sexta-feira, O TEMPO reportou que consumidores correram aos postos de combustível para aproveitar os preços antes que a alta anunciada pela Petrobras entrasse em vigor. 

“Está um absurdo essa alta de preços! Vou ter que comprar uma bicicleta, pelo menos ganho em saúde", ironizou o analista de sistemas Anderson dos Santos Vitor e Silva, de 43 anos. 

"Fiquei sabendo do reajuste e eu vim encher o tanque, porque amanhã vai ser mais caro, provavelmente. O bicho vai pegar", lamentou o publicitário Leandro Dias. 

Aumento de preços pode ser ainda maior

Apesar do reajuste, a Petrobras ainda não equiparou os preços ao do mercado internacional, conforme regra a Política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da estatal.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o litro da gasolina está defasado em R$ 0,22, e, o do diesel, em R$ 0,46. A disparidade deixa em aberto possibilidade de novas altas para o consumidor brasileiro.

A Petrobras declarou, em nota emitida no dia dos anúncios, que a empresa é “sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”. Apesar disso, o texto defendeu a medida.

“Não obstante, quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado. É esse equilíbrio com o mercado global que naturalmente resulta na continuidade do suprimento do mercado brasileiro, sem riscos de desabastecimento, pelos diversos atores: importadores, distribuidores e outros produtores, além da própria Petrobras”, argumentou.