Laboratório confirma reinfecção por variantes brasileiras da Covid em paciente do RS
Análise também mostra que variante P.1 (originada em Manaus) já circulava no estado desde novembro de 2020, antes do agravamento da pandemia, em março deste ano. Por G1 RS 20/04/2021 11h43 Atualizado há 22 minutos

O Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, detectou um caso de reinfecção por duas variantes brasileiras diferentes do SARS-CoV-2 em um paciente de Campo Bom. A cidade de 60 mil habitantes no Vale do Sinos registrou o primeiro caso confirmado da doença no estado, no início da pandemia.
Segundo o estudo, o paciente havia contraído a variação P.1 do vírus, originada em Manaus, e depois, contraiu a cepa P.2, originada no Rio de Janeiro.
O laboratório é integrante da Rede Corona-ômica BR, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A pasta afirma que o caso é a primeira reinfecção já detectada envolvendo as duas variantes nacionais.
O estudo também sugere que a chegada da P.1 no RS aconteceu antes do período mais crítico da pandemia, uma vez que o primeiro diagnóstico do paciente analisado foi em 30 de novembro de 2020. Somente dois meses depois a cepa começou a circular mais fortemente no estado. O primeiro caso confirmado de infectado com a P.1 foi em fevereiro. E o colapso hospitalar e os recordes de mortes e casos foi em março, segundo especialistas, provocado principalmente pela P.1.
Os pesquisadores não determinaram a fonte exata da transmissão dessa variante ao paciente analisado, pois ele manteve contato com outras pessoas também infectadas no período anterior à infecção. O laboratório tentou detectar a variante em outras amostras no mesmo período e região, mas não localizou.
Coordenador da Rede Corona-ômica BR e professor da Feevale, Fernando Spilki acredita, no entanto, que esse primeiro caso não seja o causador da disseminação da P.1 no estado.
“A P.1 só veio a se alastrar, mesmo, de final de janeiro em diante, ou seja, fatores sociais como veraneio, carnaval, entre outros, devem ter influenciado esse quadro”, explica.
Já em março, uma nova coleta do paciente foi realizada, e foi constatada a reinfecção, dessa vez com a variante P.2.
“Por ser a primeira reinfecção detectada por estas duas variantes no mundo, o que chama atenção é de que são duas variantes com algumas mutações similares na proteína Spike, o principal alvo dos anticorpos formados contra o SARS-CoV-2”, afirma o especialista.
Segundo o boletim do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS), até o último dia 16, 22 linhagens de coronavírus haviam sido identificadas após análise genômica no estado.
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