Morre Gal Costa, ícone da música brasileira, aos 77 anos

Morre Gal Costa, ícone da música brasileira, aos 77 anos
Morre Gal Costa, aos 77 anos — Foto: ANDRE SCHILIRO / DIVULGACAO

 

Por O Tempo

 

Uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira, a baiana Gal Costa morreu nesta quarta-feira (9), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista.

Gal cancelou recentememente um show no Primavera Sound após passar por cirurgia. Em um comunicado no Instagram, a equipe da cantora afirmou que a operação foi realizada há três semanas e ela precisará de um tempo para a recuperação.

Segundo a equipe de Gal Costa, ela precisava se recuperar após a retirada de um nódulo na fossa nasal direita e ficaria fora dos palcos até o final de novembro, seguindo recomendações médicas.

 

A cirurgia ocorreu em setembro, pouco após sua apresentação em outro festival de música em São Paulo, o Coala. De lá para cá, ela não havia voltado a se apresentar, mas já tinha datas de shows da turnê As Várias Pontas de uma Estrela -  que foca no repertório de Milton Nascimento, além de  grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB como "Açaí", "Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel"  - marcadas para dezembro e janeiro. A cantora veio em Belo Horizonte com esse show em junho.

Nascida no dia 26 de setembro de 1945 em Salvador como  Maria da Graça Costa Penna Burgos, Gal era considerada um ícone da MPB e tinha uma das vozes mais belas e marcantes da MPB. Gravou de tudo um pouco. De Caetano Veloso, de quem era grande amiga, a Marília Mendonça.

 

Seguindo os passos da amiga Maria Bethânia, Gal Costa deixou sua cidade natal para viver na casa de uma prima no Rio de Janeiro. A primeira gravação em disco se deu no trabalho de estreia de Bethânia, em 1965: o duo "Sol Negro", de Caetano Veloso, seguido do primeiro compacto, com as canções "Eu Vim da Bahia", de Gilberto Gil, e "Sim, Foi Você", de Caetano

Gal Costa sempre foi incentivada pela mãe a seguir carreira na música. Já o pai, morto em sua adolescência, foi uma figura ausente. No começo da vida adulta, ela trabalhou como balconista de uma loja de discos na capital baiana, a Roni Discos, uma das principais da cidade. No início dos anos 1960, foi apresentada a Caetano Veloso, encontro a partir do qual foi criado um vínculo pessoal a artístico que perduraria até sua morte.

Gal foi uma revolução das vozes e dos costumes na música brasileira desde seu surgimento na cena nacional, nessa mesma década. Aproximou-se ainda adolescente aos também baianos Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil, com quem integraria o grupo conhecido como Doces Bárbaros, responsável mais tarde por um disco definidor da década de 1970.

Tinha ainda pouco mais de 20 anos quando participou do álbum "Tropicália ou Panis et Circencis", pedra fundamental do movimento tropicalista. Logo depois, em 1971, fez um dos espetáculos de maior repercussão da história da MPB, "Fa-Tal", que viraria também um álbum cultuado. (Com Folhapress)