Falta de sensibilidade da Petrobras já resulta em greve de caminhoneiros no ES

Categoria reivindica agora um aumento imediato nos preços pagos pelos fretes

Falta de sensibilidade da Petrobras já resulta em greve de caminhoneiros no ES
Falta de sensibilidade da Petrobras já resulta em greve de caminhoneiros no ES — Foto: Jardiel Carvalho/Folhapress

 

Por O TEMPOPublicado em 11 de maio de 2022 | 06h30 - Atualizado em 11 de maio de 2022 | 08h38

 

A falta de sensibilidade na política de preços da Petrobras segue devastando o mercado brasileiro. Não só os autônomos, mas as grandes empresas sofrem com os valores cobrados atualmente, e o cenário não é nada promissor para o transporte de forma geral no país.

Prova disso é que o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam-ES) é o primeiro órgão ligado a caminhoneiros a informar uma paralisação após o aumento no preço do diesel nessa terça-feira (10). A categoria promete parar a partir desta quarta-feira (11) em todo o Estado capixaba. 

“O Sindicam-ES, juntamente com os representantes dos caçambeiros, apoia esse movimento. Entendemos que a situação ficou insustentável depois de tantos reajustes, seja no preço do diesel ou dos insumos que compõem o dia a dia do caminhoneiro”, diz o comunicado.

A Petrobras reajustou o preço do diesel nas suas refinarias, mas os preços da gasolina e do GLP – o gás de cozinha –, no entanto, foram mantidos.

No comunicado, o sindicato enfatizou que reivindica uma diminuição de 26% no preço do diesel, gatilho no combustível e valores diferentes entre os tipos de cargas.

Tanqueiros

O aumento do preço do diesel também lança luz, novamente, em ameaças de greve dos tanqueiros, caso não haja redução nos valores do combustível.

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), Irani Gomes, diz não descartar um movimento que resulte em paralisação.

“A gente vai ter que conversar com as distribuidoras. Caso a situação não melhore no país, a categoria vai começar a se manifestar para ver qual a decisão”, declarou Irani Gomes. 

A reunião do sindicato das transportadoras deve ocorrer ainda nesta semana, entre esta quarta e sexta-feira (13/5). Na pauta está a possibilidade de uma greve.

O caminhoneiro Olívio Souza, que trabalha como autônomo há 12 anos em Governador Valadares, na região do Rio Doce, falou sobre a situação em Minas. Ele afirmou ontem que não há movimento grevista em curso no Estado, mas há possibilidade de esse cenário mudar caso a Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA) se manifeste a favor de uma paralisação.

“Nos anos anteriores, a gente tentou se organizar isoladamente. Mas não conseguimos avançar. Infelizmente, a categoria está muito dividida por motivos políticos. Isso atrapalha as articulações. Dificulta o diálogo”, disse o caminhoneiro de Minas Gerais.

(Com Gabriel Rodrigues)