Clubes ainda aguardam propostas dos grupos sobre a 'Liga Brasileira'

Por O TEMPO
Os clubes tentam se unir para criação da “Liga Brasileira”, mas preferem avaliar antes propostas com um grupo investidor como sócio. Isso tem gerado debates sobre quanto dinheiro será aportado e de que forma será feita a divisão da receita entre os envolvidos.
Para Gustavo Hazan, gerente sênior da área de esportes da EY, é importante que o clubes brasileiros tenha um modelo de liga estruturado antes de ir ao mercado. “Não adianta copiar o que acontece na Espanha, na Itália. É bom construir o nosso modelo. Isso tem que ser feito dos clubes para o mercado. Tem que nascer dos clubes para ser oferecido ao mercado”, comentou.
Três frentes de investidores buscam fomentar um projeto da “Liga Brasileira” e já têm propostas prévias para apresentação aos clubes (veja mais abaixo).
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, é um dos dirigentes que está à frente do movimento Forte Futebol, que conta com o apoio de mais nove clubes da Série A além do time cearense. São eles: América, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Goiás e Juventude. Ao SUPER.FC, ele destacou a importância da figura de Ronaldo Fenômeno para a formação da “Liga Brasileira”. “Com certeza, a experiência dele no futebol vai ajudar nossa liga e os projetos que temos pela frente”, frisou.
Paz destacou a unidade dos clubes no projeto. “O nosso ponto é criar a liga, não necessariamente que ela já seja ligada a um grupo de investimento. Precisamos criar o nosso modelo, levando o produto que conseguimos estruturar ao mercado”, disse.
Em duas das propostas iniciais, a liga ficaria na mão dos investidores, o que incomoda aos clubes. Outro imbróglio está na discussão sobre o modo como o dinheiro aportado seria dividido entre os clubes.
Por um modelo nacional
Para Gustavo Hazan, gerente sênior da área de esportes da EY, a estruturação prévia da liga brasileira é fundamental para a evolução do produto futebol.
“Se você compara o Brasil com a Europa, o único país com relevância no esporte que adota o modelo descentralizado para comercialização dos direitos de transmissão é o Brasil. Somos o único país que não adota uma liga. Isso na Europa é bem dividido, a Federação cuida das Copas e da seleção, enquanto a liga toma conta das Série A e B. Não apenas para incentivar a negociação, mas para fomentar a evolução do produto futebol. O produto não é o Galo, o Cruzeiro ou o America. O produto é o Brasileirão, é o coletivo”, afirmou.
Primeiro passo
Os 40 dirigentes de clubes brasileiros seriam convidados formalmente para se encontrarem na sede da XP Investimentos, amanhã, em São Paulo. A corretora promete apresentar um investidor de primeiro escalão para comprar percentual da futura “Liga Brasileira”. A intenção é usar a expertise dos espanhóis e a possibilidade de inserir o Brasileirão nos 45 escritórios internacionais da La Liga.
O QUE É A “LIGA BRASILEIRA”
- Ideia defendida por vários clubes para assumir a organização do Campeonato Brasileiro.
- O objetivo é trazer mais tecnologia ao torneio, visibilidade, prestígio e investimentos.
Quem participaria?
Clubes das Séries A e B.
Vantagens
Clubes teriam mais flexibilidade na organização do calendário e maior liberdade para negociar direitos de transmissão e patrocínios.
Como ficariam as demais competições?
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cuidaria da Copa do Brasil e da Supercopa do Brasil, além dos compromissos da seleção brasileira.
Quem está à frente do projeto da "Liga Brasileira"?
Ronaldo Fenômeno, do Cruzeiro, dialoga com dirigentes de Atlético, América e de outros clubes e tem conversas com a XP Investimentos, a Alvarez & Marsal, no Brasil, e a LaLiga, da Espanha, para estruturar um projeto.
O grupo “Forte Futebol”, do qual o América faz parte, vê com bons olhos a proposta da XP e vai aguardar a apresentação do projeto.
O banco BTG Pactual e a Codajas Sports Kapital lideram discussões com Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Santos para serem signatários de um acordo. Esse grupo conta com os conhecimentos de Richard Perry, um ex-executivo da Premier League, da Inglaterra, e da LiveMode, responsável pela Copa do Nordeste, parceira comercial do Paulistão e responsável pelos patrocínios regionais da Copa do Mundo do Catar 2022.
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