Damares sobre morte de menina Yanomami: “Lamento. Acontece todo dia”

Lideranças indígenas afirmam que criança de 12 anos foi estuprada e morta por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima

Damares sobre morte de menina Yanomami: “Lamento. Acontece todo dia”
A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) deu entrevista ao Uol Foto: Valter Campanato/Agência Brasila da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) deu entrevista ao Uol Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Por O TEMPO BRASÍLIA

05/05/22 - 21h02

Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) disse que lamenta o assassinato e estupro de uma menina de 12 anos da etnia Yanomani, que teria sido supostamente cometidos por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima.

A pré-candidata ao Senado pelo Distrito Federal falou ao UOL que fatos assim “acontecem todo dia”.

“Esse caso traz a questão do garimpo, mas quero lembrar que os garimpos estão em terras indígenas há mais de 70 anos, de forma irregular, e são muitas as violências. Esse caso dessa menina causou essa repercussão toda, e isso é muito bom porque a gente ainda vai conversar sobre violência sexual contra crianças indígenas. A gente não pode ser pautada por um só caso. Lamento, mas acontece todo dia”, disse a ex-ministra ao portal.

O caso

A comunidade Aracaçá, na terra indígena Yanomami em Roraima, foi encontrada queimada e vazia após as suspeitas de que uma menina de 12 anos teria sido estuprada e morta e uma criança de 3 anos teria caído num rio e desaparecido, segundo um conselho indígena que esteve no local.

As investigações ainda estão em andamento, mas líderes indígenas consultados pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY) afirmaram que esses povos têm a tradição de queimar e evacuar o lugar onde moram se algum parente morre.

Na última segunda (25), Júnior Hekurari Yanomami, presidente do grupo, publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que recebeu relatos das violências, supostamente praticadas por garimpeiros ilegais que invadiram o território na região de Waikás.