Casa de acolhimento à mulher faz 2 anos com quase 12 mil atendimentos

Por Alice Brito

Criada para atender de forma rápida e multidisciplinar mulheres vítimas de violência doméstica, familiar e sexual a "Casa da Mulher Mineira", na região Centro-Sul de Belo Horizonte, celebrou, no último sábado (30), dois anos de existência, com 11.999 mulheres atendidas - uma média de 500 atendimentos por mês. Por dia, 22 pedidos de ajuda são protocolados no espaço - confecção de boletins de ocorrência, expedição de medidas protetivas, dentre outros. 

Em paralelo ao elevado índice de atendimentos preventivos, realizados na unidade de apoio, está a alta na taxa de feminicídios, que só aumenta, no estado. 

No ano passado 183 mulheres foram mortas em Minas.O número representa um aumento de 12 mortes com relação a 2022, quando foram registrados 171 feminicídios, e um salto de 18% comparado a 2021 – ano em que 155 mulheres foram assassinadas. Os dados são do levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado no dia 7 de março.

Sobre os índices a delegada responsável pela 'Casa da Mulher Mineira' Ana Paula Balbino, explica que a unidade de apoio é um ponto de referência, que preza para que a violência seja cessada de forma imediata com a tomada de medidas legais. Contudo, o combate ao feminicídio ainda é um desafio para as forças de segurança que além da criação de políticas públicas precisam ainda contar com a integração social. 

"Para alterarmos essa situação devemos combater  a violência geracional, com a mudança cultural e social, esse trabalho é feito pela Polícia Civil por meio de campanhas informativas e educativas, mas precisamos do auxílio de todos. Mediante isso, por sua vez, a casa da mulher mineira é uma importante porta de entrada para acolher a mulher e evitar a revitimização. Com  isso, cada vez mais as mulheres estão buscando auxílio. Essa quebra do silêncio também tende diminuir os casos de feminicídio", ponderou a delegada. 

Atendimento

A Casa da Mulher Mineira fica na avenida Augusto de Lima, 1845, no Barro Preto, em Belo Horizonte. 

O espaço funciona de segunda à sexta das 7h às 18h. Para mais informações ligue: 3330- 1758 ou 181. 

O espaço

No espaço mulheres, crianças e adolescentes são atendidos com o devido emcaminhamento em locais de segurança integrados com o Governo do Estado. 

As vítimas recebem também orientação policial, judicial, segurança e assistência social para os filhos. 

No espaço, roupas, sapatos, materiais de higiene também são ofertados para as vítimas.