Vitória da Argentina liberta grito de 'vamos ser campeões' em Buenos Aires

Vitória da Argentina liberta grito de 'vamos ser campeões' em Buenos Aires
Argentinos se reuniram no centro de Buenos Aires para acompanhar o jogo da seleção — Foto: Luis ROBAYO / AFP

 

Por agências

 

Com a cara toda pintada de branco e azul, camisa da seleção argentina e o filho, Thiago, 4, na mão, Alex Mendoza, 31, passou praticamente todo o primeiro tempo do jogo contra a Polônia, nesta quarta-feira (30), batendo com sua vuvuzela no canto de uma mesa de bar no bairro de Palermo Soho, em Buenos Aires.

"É muito nervosismo, não aguento isso, sempre tão sofrido. E estava na cara que o Messi ia perder o pênalti. Dar um pênalti para o Messi bater em uma Copa do Mundo é chamar a má sorte", disse à reportagem, durante o intervalo da partida.

Já no início do segundo tempo, quando a seleção abriu o marcador, Alex gritou, com força, assim como muitos ao redor dele: "Vamos, Argentina, carajo".

 

O fim do sufoco tirou Buenos Aires do silêncio nervoso em que estava desde o começo do dia. Logo depois do meio-dia, o trânsito começou a ficar complicado. Passou a faltar táxi, e os ônibus passavam lotados de um lado para o outro.

Quem conseguiu sair mais cedo do trabalho se dirigiu para bares, praças e, principalmente, o espaço em Palermo, onde foi armado um telão gigantesco e uma praça de alimentação. Embora o comércio não tenha fechado oficialmente, muitas lojas estavam com as portas metálicas baixadas no centro. A ameaça de chuva não parecia desanimar ninguém, nem mesmo o calor de 30oC.

 

Carolina Castaño, 22, pintava o rosto das colegas com os dedos banhados em tinta branca e celeste. "Espero que o suor não estrague a maquiagem, quero ficar assim até a noite", afirmou.

Pouco antes das 16h, antes de a partida começar, o silêncio reinava entre os torcedores na rua. "É muita apreensão. Começar a Copa com uma derrota foi muito desmoralizante. Mas vamos seguir adiante", disse Maria Pia, 19, que com um grupo de amigos esperava o jogo tomando cerveja na calçada em frente a um bar no bairro da Recoleta.

O silêncio e as caras sérias do primeiro tempo contrastaram com o momento do primeiro gol, quando MacAllister abriu o marcador. Depois do segundo, parecia que já não importava mais prestar atenção no jogo. Torcedores cantavam, pulavam e se abraçavam.

"Vamos ser campeões, vamos ser campeões", gritavam jovens sem camisa, no meio da multidão no parque em Palermo, tocando tambores e vuvuzelas.

Na saída, na avenida Libertador, os carros tiveram dificuldades para desviar da multidão que atravessava a via, feliz, na volta para casa. (Folhapress)