Mãe pôs filha morta no armário antes de abandoná-la em banheiro de supermercado

Por CAROLINA CAETANO
Uma gravidez de 37 semanas de uma menina totalmente formada, um parto dentro de casa durante a faxina e o abandono do bebê na lixeira do hipermercado de um complexo de shopping de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil deu detalhes do caso da mulher de 29 anos que foi presa pelo homicídio da própria filha. A vítima ainda foi colocada dentro de um guarda-roupa após o nascimento.
O abandono foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento, localizado no bairro Cidade Industrial, no dia 6 de agosto. Nas imagens, a mulher foi flagrada entrando com uma bolsa no banheiro masculino para pessoas com deficiência. O corpo foi encontrado posteriormente por funcionários da limpeza.
"A equipe investigativa teve a notícia que foi encontrado, inicialmente, um feto na lixeira de um hipermercado de Contagem. A equipe deslocou e verificou-se uma criança formada. A partir daí, a perícia começou a ser realizada e por meio do circuito de câmeras foi possível chegar a um veículo, que era de uma locadora e usado por um motorista de aplicativo, que nos forneceu o endereço da suspeita", explicou a delegada Elisa Moreira.
Policiais deslocaram até o endereço indicado, na mesma cidade, no dia 7 de agosto, e fizeram contato com a mulher, que foi reconhecida também pelas imagens das câmeras. Ao ser questionada, a jovem contou o que tinha acontecido.
"Ela disse que estava faxinando a casa quando entrou em trabalho de parto e, na versão dela, a criança nasceu sem vida. Sem saber o que fazer, ela envolveu a criança em um lençol, colocou em cima da cama e, em seguida, no guarda-roupa. Horas depois, quando o companheiro a convidou para ir ao shopping, ela viu a possibilidade de descartar essa criança em um lugar distante do local que ela havia cometido o crime", detalhou a policial.
Passeio com o marido
Ao sair de casa para passear com o marido, com que estava junto há 11 anos, a mulher levou apenas uma bolsa. Já no hipermercado, ela disse ao homem que precisava ir ao banheiro. Nesse momento, deixou a filha no local.
No primeiro momento, o homem também foi investigado, mas foi descartada participação dele no crime.
"Ela disse na oitiva que a intenção era ter essa criança no interior, segundo ela, estava com uma crise no casamento e queria ir embora. Mas como a criança veio ao mundo antes do planejada por ela, sem saber o que fazer cometeu esse ato. Em uma segunda oitiva, ela nos confessou que essa criança poderia ter sido fruto de um relacionamento extraconjugal, um relacionamento ocasional", contou a policial.
O casal tem um filho de dez anos, que está no interior devido à pandemia do Coronavírus.
"O marido estava surpreso, muito sem saber o que fazer. Demonstrou apoio à ela, não ao ato, mas ao que precisar daqui para frente. Ele não sabia da gravidez e muito menos que essa gravidez pudesse ser fruto de uma terceira pessoa. Disse que ficaria muito feliz se o casal tivesse um outro filho", afirmou Elisa.
O homem se recusou a fornecer material genético para comprovação da paternidade.
Menina foi asfixiada
Exames periciais apontaram que a bebê foi asfixiada. Não foi possível ainda constatar se pelo lençol ou com as mãos.
Gravidez mantida em sigilo
À polícia, a mulher afirmou que acreditava que estava com sete meses de gestação. Durante esse tempo, ela não fez nenhum acompanhamento médico.
"Na casa não tinha nenhuma roupa de criança. Nada que indicasse que naquela residência tinha uma gestante. Ela não tinha contado para ninguém da gravidez e não fez pré-natal.
Atualmente, a suspeita trabalhava como caixa. Ela tem curso superior, mas a formação não foi divulgada.
Crimes
A mulher foi indiciada por homicídio qualificado, por motivo fútil e por asfixia, aumento de pena pelo fato da criança ser menor de 14 anos e ocultação de cadáver.
A mãe, que se mostrou arrependida durante os depoimentos, segundo a polícia, está presa preventivamente.
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