Advogada que possui escritório em Guanhães é suspeita de tentar passar objetos para detentos em presídio de Gov. Valadares

Na manhã desta sexta-feira (12), por volta das 10h40, uma advogada, em atendimento no parlatório ao um cliente, foi flagrada pelo policial penal tentando passar pela grade das baias do parlatório, uma serra tipo cegueta, para o detento, na Penitenciária Francisco Floriano de Paula em Gov. Valadares.

Advogada que possui escritório em Guanhães é suspeita de tentar passar objetos para detentos em presídio de Gov. Valadares
Penitenciária Francisco Floriano de Paula, que fica no distrito de Vila Nova Floresta, em Governador Valadares (MG). Foto: net

O parlatório é uma área destinada a conversas entre os presos e seus defensores, sem ter contato físico entre eles. Através de cabines, separadas por vidros, as conversas são feitas somente por interfones.

Conforme informação da direção do presídio, o policial penal, que trabalhava no momento, relatou que ao assumir seu posto de trabalho no parlatório, antes de iniciar a alocação detentos, realizou uma revista estrutural no ambiente, não detectando nenhuma alteração. Esta prática é um procedimento que tem que ser realizado sempre após o término de cada atendimento. 

Ainda de acordo com o policial penal, por volta de 10:35 horas, a advogada chegou para atender seus clientes (detentos) que já encontravam-se no interior do parlatório. Após todos já estarem alocados para atendimento, ele percebeu a advogada em atitude suspeita debruçada sobre a bancada da última baia do parlatório, manuseando um objeto, empurrando-o entre as frestas da tela que separa os Advogados dos detentos. Ao questionar a advogada o que seria o objeto, esta ficou sem palavras, deixou o objeto entre as grades, momento em que o policial retirou o objeto, verificando ser uma serra tipo cegueta. Neste momento ele acionou o restante da equipe para acompanhar o fato.  Segundo o servidor, a advogada alegava que a serra estava envolvida em fita crepe e por não saber o que seria o objeto, estaria puxando-o para retirá-lo da grade da tela.

De acordo com informação do Presídio, de imediato foi acionado o presidente da OAB, acompanhado de outro advogado, ocasião em que foi anunciada a prisão da advogada em flagrante. A mesma ficou sob custódia de duas policiais penais, na sala da OAB, onde em dado momento, solicitou às policiais, autorização usar o banheiro. As servidoras revistaram o banheiro e não constatando alteração, autorizaram seu uso. Após a advogada terminar o uso do banheiro, foi realizada nova vistoria no banheiro, sendo encontrados pelas policiais 02 (dois) aparelhos celulares smartphones, da marca Samsung, escondidos dentro de um desentupidor. O fato ocorreu na presença dos representantes da OAB.

Ainda de acordo com informação do presídio, anteriormente, ao adentrar na unidade, a advogada passou pelo portal detector de metais e sendo emitido um sinal sonoro pela máquina, foi solicitado então que a advogada passasse novamente pelo detector sem o relógio que estava utilizando. Conforme solicitado foi procedido e novamente emitido sinal sonoro pela máquina, momento em que a advogada informou que teria em seu ombro direito 3 pinos de platina devido a uma cirurgia, mostrando a cicatriz para a policial penal, tendo levantado também sua blusa até a linha do umbigo para mostrar que não estaria com nada embaixo da blusa.

Todos os fatos foram acompanhados por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).