Sabinópolis perdeu nesta madrugada, sua grande celebridade nos meios artístico do país. Morre Ruddy Pinho, A MARAVILHOSA

Morreu, na madrugada desta sexta-feira 5, no Rio de Janeiro, a cabeleireira Ruddy Pinho. Ela estava com 76 anos. Transexual, Ruddy foi pioneira em dar visibilidade ao segmento conquis tou fama com seus 57 anos de trabalho.

Sabinópolis perdeu nesta madrugada, sua grande celebridade nos meios artístico do país. Morre  Ruddy Pinho,  A MARAVILHOSA
Divulgação net

A "maravilhosa", como gostava de ser chamada, nasceu em Sabinópolis (MG), e deixa um filho, Ivan, policial de 43 anos, e a neta Maria Fernanda, de oito anos.

Ruddy começou a trabalhar com as tesouras aos 16 anos, na zona boêmia de Belo Horizonte, em meio a prostitutas. Mudou-se para o Rio em 1965 e ali fez sua carreira.

A cabeleireira trabalhou com alguns dos nomes mais importantes do País. "Fiz o cabelo de putas a primeiras-damas", disse, em entrevista ao O Globo, em 2014.

Marília Pêra, Odete Lara, Suzana Vieira, Beth Carvalho e Yona Maga Mães foram algumas das muitas es trelas que passaram por seu salão que funcionou por mais de três déca das em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. Muitas se tornaram amigas. suas

O cabelo estilo "leoa" que transfor mou a cantora Simone em um sím bolo sexual na década de 1980 foi cri ação sua.

A transição de gênero foi feita no fim dos anos 1980 e a primeira pessoa para quem contou foi o filho.

Ao jornal, ela contou como se tornou mãe e como abordou o tema com Ivan. "Um cabeleireiro perguntou se eu arrumaria uma madame para ficar com uma criança que tinha acabado de nascer", lembrou.

"Falei com a minha mãe e com meu então marido e eles aceitaram. Ivan veio para mim com seis dias e no sétimo entrou em coma com septicemia. As travestis trocavam as fraldas dele."

E continua: "Nunca menti sobre nada. Quando ele tinha 11 anos, falei: 'Meu filho, vou me transformar'. Ele disse: 'Faz o que quiser' e passou a me chamar de mãe."

"Mas aí, uma vez, eu já uma mulher, ele esqueceu e me chamou de pai dentro de um táxi. O motorista quase bateu", contou, às gargalhadas.

Ruddy afirmou que demorou a transicionar porque tinha uma questão com a palavra travesti.

"Achava que era um termo ligado à prostituição e à marginalidade. Hoje tudo é mais confortável, porque as pessoas têm mais educação e esclarecimento. As crianças já nascem sabendo quais são as formas de sexualidade. Sou transgênero. É a palavra correta."

Ruddy trabalhou em três filmes, incluindo Navalha na Carne (1997), de Neville D'Almeida, com Vera Fischer. No teatro, sua última aparição foi em Divinas Divas, junto a nomes como Rogéria e Jane Di Castro.

Foi autora de dez livros. Em 1999, venceu concurso da Biblioteca Nacional na categoria contos com ln...confidências Mineiras.

"O que mais gosto de fazer é escrever. Escrevo o tempo todo, até em guardanapo e papel higiênico, acredita? Tomo um drink, sim, e fumo unzinho." Ela chegou a se candidatar para a Academia Brasileira de Letras (ABL).

Ruddy viveu uma vida de muita luta, vitórias, conquistas e felicidades. Casada com Rizzo Pinho, ela foi muito feliz e amada,

 

Com a atriz Suzana Vieira, uma de suas clientes.

Com Rizzo de Pinho, seu marido, sempre festejando a Vida.

Com o marido Rizzo de Pinho, no Baile do Zeca Santos,  Copacabana Palace

Segue link da entrevista realizada com Ruddy Pinho através da TV EM FOCO DOS VALES