Vacinação em BH derruba média de idade de internados de 60 para 49 anos

Vacinação em BH derruba média de idade de internados de 60 para 49 anos
Vacina contra Covid-19 Foto: FRED TANNEAU / AFP

Por LUCAS NEGRISOLI E LETÍCIA FONTES

O avanço da vacinação contra a covid-19 está diminuindo a média de idade de pacientes que ocupam leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Belo Horizonte. Segundo a prefeitura da capital, em seis meses de vacinação contra a doença, a média de idade dos pacientes internados passou de 60 e agora está em 49 anos.

O número, de acordo com o secretário municipal de saúde, Jackson Machado, só confirma a eficácia de todos os imunizantes e a importância da vacinação em massa. Atualmente, 54,9% da população da cidade está vacinada com a primeira dose e 20,3% já completaram o esquema vacinal. Dos imunizantes administrados na capital, 40% foram da AstraZeneca e 48% da CoronaVac. “A vacina salva vidas. Não é hora de escolher por uma vacina. Se chegou a sua idade, procure um local para se vacinar. Se chegou a hora da segunda dose, não deixe de completar seu esquema vacinal”, afirmou em nota encaminhada à imprensa.

Índices.
O sucesso da vacinação tem impactado também o setor privado. Na última semana, o registro de mortes por Covid-19 na Rede Credenciada Unimed-BH, que engloba hospitais próprios e credenciados na capital mineira, caiu mais de 50% em uma semana. Ao todo, foram 14 mortes no período em decorrência do coronavírus. Na semana anterior, haviam sido 29 óbitos.

Atualmente, a vacinação em Belo Horizonte está na faixa dos 41 anos. "Você passa a ter uma vacinação da população mais idosa e a imunização começa consequentemente a ter efeito. Com isso, a população mais jovem, embora em menor número, começa a ficar mais exposta e interna-se. Como são mais jovens o número de óbitos caem", explica o infectologista Estevão Urbano, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia da prefeitura de BH, que alerta que a internação dos mais jovens acarretará em maior tempo de ocupação dos leitos. "Os jovens são mais resistentes, então, o tempo de internação aumenta", pontua.

O reflexo disso já é sentido nos índices de controle à pandemia na cidade. A taxa de ocupação de leitos de enfermaria destinados a pacientes com Covid-19 saiu do nível verde e passou para amarelo nesta terça-feira (13). Em um dia, o índice subiu de 49,3% para 52,1%. Já a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos está em 63,8%.

Com isso, todos indicadores da Covid-19 estão em alerta na capital. A transmissibilidade do coronavírus em Belo Horizonte voltou ao nível amarelo após mais de quarenta dias no nível verde. A taxa está em 1, o que significa que cada 100 pessoas transmitem a Covid-19 a outras 100. A última vez que o RT esteve nesse patamar foi em maio.

"Estamos diante de uma doença onde as variantes a cada dia colocam o cenário futuro incerto. Mesmo aqueles locais que tenham atingido 100% da população alvo imunizada é preciso manter todos os cuidados, lembrando que as crianças e os adolescente não têm previsão de serem vacinados, e eles constituem pelo menos um quarto da população, o vírus também circula entre eles. Os cuidados devem ser mantidos até que tenhamos estabilidade epidemiológica contínua entre um período mínimo de três a seis meses", avalia o médico infectologista Carlos Starling.