PF pede abertura de inquérito contra Nikolas, que chamou Lula de 'ladrão' na ONU

O pedido foi enviado pela PF ao STF e está na mesa do ministro Luiz Fux; discurso do deputado foi feito em novembro, em evento na ONU, nos Estados Unidos

PF pede abertura de inquérito contra Nikolas, que chamou Lula de 'ladrão' na ONU
Deputado Nikolas Ferreira em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados — Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Por O TEMPO Brasília Publicado em 10 de fevereiro de 2024 | 12h35 - Atualizado em 10 de fevereiro de 2024 | 13h52

A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "ladrão". A ofensa foi disparada na Cúpula Transatlântica da Organização das Nações Unidas (ONU). O caso está na mesa do ministro Luiz Fux.

Ao discursar no evento, realizado em novembro de 2023 em Nova York (EUA), Nikolas disse que Lula era "um ladrão que deveria estar na prisão. A fala foi feita após citação à ativista Greta Thunberg e ao ator Leonardo Di Caprio, a quem, segundo o deputado, “apoiaram nosso presidente socialista chamado Lula". "O mundo será um lugar melhor se não houver tantas pessoas prometendo melhorá-lo", se referiu aos dois.

Em novembro, o próprio presidente da República encaminhou um ofício ao Ministério da Justiça sobre o discurso de Nikolas, acompanhado do pedido de apuração. Lula declarou que o conteúdo tinha "temática ofensiva" à honra dele e poderia ser caracterizado como crime de injúria.

A prática consta no Código Penal com pena de multa e detenção de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. Quando cometida contra o presidente da República, a pena pode ter acréscimo de um terço. Em janeiro, o pedido de investigação foi feito pelo então secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. 

Nikolas evitou se pronunciar sobre o assunto. No X (antigo Twitter), ele compartilhou a notícia do pedido de abertura de inquérito e comentou apenas: "Brasil, 2024." O deputado também compartilhou opiniões de outros usuários rechaçando a decisão da PF contra ele.