Passageiros enfrentam atraso em estações de BH após ataques criminosos a ônibus

Passageiros enfrentam atraso em estações de BH após ataques criminosos a ônibus

Por RAQUEL PENAFORTE

 

Quem precisou usar o transporte público antes das 6h desta quinta-feira (17) nas estações Venda Nova ou Vilarinho, precisou lidar com atraso de 1:30 do início da circulação dos ônibus ou mudar o meio de transporte. O mudança aconteceu devido a crescente onda de ataques criminosos a ônibus de Belo Horizonte e região metropolitana. Na noite anterior, quando o quinto coletivo foi incendiado em menos de uma semana, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) orientou que os coletivos  só saíssem após as 6h, sendo que o horário habitual é às 4h30.

Mas a população, que depende do transporte público é quem sofre com o medo e a imprevisibilidade do transporte público. A  auxiliar administrativo Joyce da Silva, de 42 anos, por exemplo, está apreensiva com a situação. "Está terrível! É demora, ônibus cheio com aglomeração, passagem cara e, agora, correndo o risco de parar no caminho, pedirem pra descer e colocar fogo",  afirmou.

Quem também está preocupado com a onda de ataques aos ônibus são os motoristas, como é o caso do condutor Alexandre dos Santos Souza, na linha de frente há mais de 20 anos.

"É a primeira vez que vejo uma situação assim. Eu fico com medo, né? Hoje, por exemplo, cheguei aqui às 5h, e nesse horário já tinha alguns passageiros, e a gente ficou com medo. Porque se (os passageiros) estão vendo os ônibus, mas se a gente não sai, eles podem ficar com raiva", disse.

Na semana passada e início desta semana, a estação São Gabriel também teve alteração no funcionamento dos coletivos pelo mesmo motivo.

O SetraBH não informou se às alterações nos horário vão permanecer nesta sexta-feira.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) também se manifestou por nota e disse que repudia veementemente os ataques a ônibus na região metropolitana de Belo Horizonte.

"Cada veículo queimado causa um prejuízo que pode, sim, dependendo da linha afetada, impactar na redução do número de veículos circulando, comprometer o quadro de horários e resultar em aumento na tarifa", informou o sindicato.

O Sintram informou, ainda, que colabora com as autoridades de segurança para que os responsáveis sejam identificados, fornecendo imagens do circuito de segurança e se colocando sempre à disposição para esclarecimentos.

Segurança reforçada

Para reforçar a segurança e tentar coibir a queima de ônibus do transporte público, as Guarda Municipais de toda grande BH está em uma operação especial desde a noite de quarta-feira (16).

"São duas blitze montadas em pontos estratégicos da cidade, como principais corredores dos ônibus, onde os guardas entraram no coletivo afim de verificar irregularidades, além disso, a guarda em reforçada em todas as estações da cidade", explicou o secretário de segurança e prevenção de Belo Horizonte,  Genilson Zeferino.

Zeferino explicou também que esta é uma ação de apoio à Operação Fênix da Polícia Militar, iniciada na última terça-feira (15) que tem o mesmo objetivo.

A ação das GMs vai alternas os pontos de parada, e vai acontecer de 19h às 23h.

"Além dessas duas ações voltadas para a segurança das nove estações de BH, estamos querendo monitorar câmeras de segurança das garagens de coletivos", acrescentou.