Gilmar Mendes critica ameaça aos técnicos da Anvisa: 'vergonha' e 'covardia'

Gilmar Mendes critica ameaça aos técnicos da Anvisa: 'vergonha' e 'covardia'
Ministro Gilmar Mendes em sessão no STF Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

 

 

 

 

Por O TEMPO BRASÍLIA

 

 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem criticado a perseguição de técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para ele, os ataques representam “vergonha nacional” e uma “manifesta covardia”.

Desde que aprovaram a vacinação de crianças contra a Covid-19, servidores da Anvisa são alvo de ataques, inclusive do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na última semana, o presidente defendeu que a divulgação dos nomes dos profissionais responsáveis pela autorização. 

 

No domingo (19), Gilmar Mendes - que é o ministro mais antigo do Supremo - usou o Twitter para dizer que a atitude representa "vergonha nacional". “Mostra como o discurso do ódio chegou a níveis alarmantes no país”, afirmou, cobrando que as autoridades policiais investiguem o caso para garantir a segurança das famílias.

O ministro voltou a tratar do tema em entrevista concedida ao UOL Entrevista na manhã desta segunda-feira (20), quando disse que ameaçar os técnicos “não é só algo anti-institucional, é uma manifesta covardia”. 

“Não faz sentido divulgar nomes de técnicos que exercem essa atividade, especialmente num ambiente tão conflagrado, como o que estamos vivendo. Basta olhar as mensagens no Twitter para ver que o tom é sempre de ameaça, essa chamada mensagem de ódio. (...) Não faz sentido algum violar as regras de autonomia da agência", criticou Gilmar Mendes. 

A diretoria da Anvisa pediu neste domingo proteção policial em ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras. O órgão informou que, em novembro, já havia pedido proteção diante de intimidações.

Em nota curta, a assessoria de comunicação do PGR informou ter determinado a “adoção de providências no sentido de contribuir para assegurar a proteção dos  dirigentes da agência”. Não detalha, porém, quais são essas providências.