Lula nega que governo esteja pressionado por Lira com pautas conservadoras

Presidente minimizou derrotas do governo no Congresso e também negou que existe aliança com o Centrão

Lula nega que governo esteja pressionado por Lira com pautas conservadoras
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)

 

Por Levy Guimarães, Fransciny Ferreira e Cynthia Castro

BRASÍLIA - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negou que o governo esteja sofrendo pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em meio ao avanço de pautas conservadoras no Congresso.

 

 

Em entrevista exclusiva a O TEMPO Brasília, o petista minimizou as recentes derrotas sofridas pelo Palácio do Planalto em votações no Parlamento. Lula citou vitórias em matérias da pauta econômica, como as aprovações da reforma tributária e do novo marco fiscal no ano passado, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, antes da posse presidencial no fim de 2022.

 

Ao ser questionado sobre a “infidelidade” de parlamentares do Centrão, membros de partidos da base governista que têm votado contra os interesses do Planalto em temas como a "pauta de costumes", Lula relativizou a situação.

 

“O que existe são alguns grupos que tentam pautar questões de apelo e debate nas redes sociais. O governo não tem entrado nesses projetos. E o governo não tem aliança com o Centrão, mas com deputados, para os assuntos que são importantes não para o governo, mas para o Brasil”, disse.

 

 

Entre os resultados desfavoráveis obtidos pelo governo no Legislativo estão: a derrubada do veto às saídas temporárias de presos, o avanço da PEC que criminaliza o porte e a posse de qualquer quantidade de droga e a aprovação da urgência do PL que equipara o aborto a partir da 22ª semana ao crime de homicídio.

 

Com isso, Lula tem sido cobrado a se envolver mais na articulação política com os parlamentares. Nas últimas semanas, ele passou a se reunir às segundas-feiras com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com os líderes do governo no Congresso.

 

Além disso, estão no radar do presidente possíveis trocas em sua equipe de ministros e até mesmo de líderes no Parlamento com o objetivo de estabilizar sua base na Câmara dos Deputados e no Senado.