Após notícia de ameaça de Braga Netto, Lira reitera que haverá eleições

Após notícia de ameaça de Braga Netto, Lira reitera que haverá eleições
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Por O TEMPO 

Após o jornal "O Estado de S.Paulo" informar que o presidente da Câmara, Arthur Lira, recebeu do ministro da Defesa, Braga Netto, por meio de um interlocutor, um alerta de que as Forças Armadas não aceitarão uma eleição sem voto com impressão, o deputado federal foi às redes enfatizar que haverá votação. Ele, contudo, não desmentiu a informação, que gerou agitação no meio político e críticas de diversos atores da sociedade.

Em suas redes sociais, Arthur Lira tentou contemporizar: 
"A despeito do que sai ou não na imprensa, o fato é: o brasileiro quer vacina, quer trabalho e vai julgar seus representantes em outubro do ano que vem através do voto popular, secreto e soberano. As últimas decisões do governo foram pelo reconhecimento da política e da articulação como único meio de fazer o país avançar", disse.

O presidente da Câmara se refere ao fato de que o presidente Jair Bolsonaro convidou o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, partido do deputado, para assumir o comando da Casa Civil no lugar do general Luiz Eduardo Ramos, que será deslocado para outra função. Nesta quinta-feira, Bolsonaro confirmou o convite e disse que o senador já aceitou compor o governo.

Apesar da fala de Lira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do STF Luís Roberto Barroso afirmou que os envolvidos no episódio negaram a informação. "Conversei com o ministro da Defesa e com o Presidente da Câmara e ambos desmentiram, enfaticamente, qualquer episódio de ameaça às eleições. Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia', disse Barroso.

Já Braga Netto limitou-se a responder ao jornal paulista que a história da ameaça seria uma "invenção".

De acordo com o jornal "O Estado de S.Paulo", Lira foi avisado no último dia 8 de que não haveria eleições sem voto impresso e auditável. Segundo o jornal, ao dar o aviso a um interlocutor, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

A proposta de adoção de voto com impressão no país perdeu apoio na Câmara, onde está sendo discutida. Após sondagens mostrarem que a mudança tinha o apoio da maioria da Casa, ministros do STF e presidentes de partidos entraram no circuito e mudaram o panorama de votos, tornando hoje improvável que a proposta avance.