Intubados ficam amarrados a macas e acordados por falta de sedativo: 'tortura'

Em depoimento ao portal “G1”, uma enfermeira que trabalha no Hospital Municipal Albert Schweitzer, revelou bastidores críticos da pandemia

Intubados ficam amarrados a macas e acordados por falta de sedativo: 'tortura'
Em depoimento ao portal “G1”, uma enfermeira que trabalha no Hospital Municipal Albert Schweitzer, revelou bastidores críticos da pandemia Foto: Mauro Pimentel / AFP

 

Por DA REDAÇÃO

14/04/21 - 17h14

Em depoimento ao portal “G1”, uma enfermeira que trabalha no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, zona Oeste do Rio de Janeiro, afirmou que pacientes com quadros clínicos graves de Covid-19 estão intubados, mas sem sedativos – o que significa, na prática, que os doentes acabam por ficar amarrados às macas e acordados. 

A profissional relatou que há 78 pacientes internados com Covid-19, e outros 40 na emergência. “Na sala vermelha, os pacientes estão intubados e amarrados, estão vivenciando tudo acordado e sem sedativo, pois não tem nenhum sedativo, acabou tudo. Só para o CTI e mesmo assim estão sendo rediluídos e mesmo assim não dá para todos os pacientes. Eles ficam tudo acordado, sem sedativos, intubados, amarrados e pedindo para não morrer”, desabafou ao portal. 

Médicos intensivas que também foram consultados pela reportagem do grupo “Globo” relataram que tentam, ao menos, administrar doses de sedação leve nos pacientes. “A contenção mecânica usada sem sedativo é realmente uma forma de tortura porque o paciente está ali incomodado e está se vendo numa situação em que ele não pode nem mesmo chamar ajuda pela equipe multiprofissional”, explica o médico intensivista Áureo do Carmo Filho na conversa.