Festival BH Hip Hop 40 anos chega a BH com batalha de MCs, shows de rap e pintura ao vivo

Programação, destinada a adultos e crianças, ocupará o viaduto Santa Tereza, o Teatro Espanca, o Centro de Referência da Juventude e a praça da Estação

Festival BH Hip Hop 40 anos chega a BH com batalha de MCs, shows de rap e pintura ao vivo
Inza Princess se apresenta neste sábado Foto: Rudbane/divulgação

Por Laura Maria

Em comemoração pelas quatro décadas da cultura hip-hop no Brasil, Belo Horizonte recebe um evento que celebra o movimento surgido na década de 70 nas comunidades negras de Nova York. Trata-se do Festival BH Hip Hop 40 anos, que será realizado neste sábado (29), na região central da cidade, e reunirá shows, batalhas de MCs, danças de rua, oficinas, feira de moda urbana, exposição de grafites, pintura ao vivo em um grande painel, entre outros.

 

 

Não há uma data precisa que determina a chegada do hip-hop no Brasil, mas estima-se que ele tenha despontado por aqui em 1983, quando jovens de todo o país passaram a se identificar com os sons e os ritmos do movimento. O ano de 1984, porém, foi fundamental para o espalhamento da cultura que mistura rap, grafite e poesia em território nacional, com o lançamento do filme “Beat Street” (“A Loucura do Ritmo”, Stan Lathan).

 

“São quarenta anos de luta contínua, principalmente da população negra e periférica. O break, por exemplo, se tornou referência entre os jovens e temos também a Família de Rua, que há 16 anos faz um duelo nacional”, afirma a curadora do festival, Amazonita Ágata, que integra o Fórum Hip Hop. O festival é promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com o Instituto Lumiar.

 

A programação, destinada a adultos e crianças, ocupará o viaduto Santa Tereza, o Teatro Espanca, o Centro de Referência da Juventude e a praça da Estação, das 13h às 22h. O local escolhido para a realização do evento, o baixo centro da cidade, é conhecido da cena do hip-hop na capital, uma vez que as batalhas de MC tradicionalmente ocorrem debaixo do Viaduto Santa Tereza. “É uma região importante. No entanto, o hip-hop está presente não somente lá, mas também nas nove regionais da cidade. Há grafiteiros, rappers, dançarinos e diversos outros artistas espalhados pela capital inteira”, comenta a diretora de promoção dos direitos culturais da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof.

 

Confira a programação

O palco principal do Festival BH Hip Hop 40 anos estará localizado embaixo do viaduto de Santa Tereza. Por lá, haverá batalhas de MCs e um duelo de DJs, em que os artistas são julgados pelas suas habilidades técnicas com aparelhagem de som. “A programação foi pensada para acoplar as principais vertentes do hip-hop em um mesmo corredor cultural. Acredito, inclusive, que podem surgir novos festivais como estes futuramente”, afirma a curadora do evento, Amazonita Ágata.

 

 

Também estão previstos discotecagem, batalha de break e shows com os artistas mineiros La Plaza e Inza Princess. “O hip-hop é um estilo de vida. Então, mesmo se eu não fosse MC ou um membro artístico ativo dentro da cultura, ainda assim eu seria um consumidor dessa arte. Ela representa para mim uma evolução”, evidencia Inza Princess, que destaca que o público pode esperar algo diferente do que está acostumado.

 

“As pessoas têm um estereótipo do rap feminino. Elas acham que, quando escutam uma mulher cantando, já sabem o que esperar, mas eu fujo de todos os estereótipos de mulher, preta, periférica e gorda. Nós, mulheres, queremos falar das nossas conquistas, mas também queremos debochar, rir, falar de amor e de sexo”, enfatiza.

 

 

A programação ainda inclui um “grafittaço”, em que os artistas Dean, Edmun, Ella Proença, Fênix, Goma, Hely Costa, Kakaw, Krol, Lacruz, Lost, Surto, Puella, Tefa, Tina Soul e Wanatta farão uma pintura ao vivo, em um grande painel, na praça da Estação. Ao longo do sábado, também haverá uma feira colaborativa, além de oficinas e exposição de trabalhos no Centro de Referência da Juventude.