Por Bruno Mateus

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 156 milhões de brasileiros estão aptos a votar nas eleições de 2022. Cinco cargos estão em disputa: deputado federal, deputado estadual (ou distrital, no caso do DF), senador, governador e presidente da República. As opções nas urnas eletrônicas serão mostradas exatamente nesta ordem.

Também segundo informações do TSE, o Brasil tem um parque eletrônico de 577.125 urnas eletrônicas. O primeiro modelo foi utilizado em 1996. De lá para cá, o equipamento trouxe segurança ao processo eleitoral e freou a possibilidade de fraudes. Diante de discursos que tentam descredibilizar as urnas no país, vale mostrar por que devemos confiar no processo eletrônico de votação.

A urna eletrônica é confiável?

Desde 2009, geralmente no ano que antecede as eleições, a urna eletrônica é submetida ao Teste Público de Segurança (TPS), uma série de provas e avaliações feitas com a colaboração de especialistas. O objetivo é encontrar problemas e fragilidades nas urnas e solucioná-los. A última edição do TPS foi feita em novembro de 2021.

A urna é auditável?

Sim. Antes da votação, as urnas passam por diversos eventos públicos de auditoria e, após a divulgação dos resultados da eleição, é possível conferir se os dados são os mesmos que foram impressos nos boletins de urnas em cada seção eleitoral.

O que é o Boletim de Urna?

O Boletim de Urna (BU) é impresso pela urna em cinco vias após o encerramento da votação - uma delas é afixada na seção de votação para conferência pública. O boletim contém a quantidade de votos registrados para cada candidato e partido na urna e é um dos principais instrumentos de transparência das eleições. Qualquer pessoa tem acesso ao BU. O TSE fornece esses dados logo após o fechamento das urnas. Nos últimos anos, os boletins foram publicados na internet em até três dias depois do pleito. 

A urna pode ser hackeada?

As urnas eletrônicas não são vulneráveis a ataques externos. O equipamento, segundo as autoridades eleitorais, funciona de forma isolada - não pode ser conectado à internet nem a qualquer outra rede. 

Contra invasões

As urnas eletrônicas contam com dois mecanismos principais de segurança. Um deles é a assinatura digital, método de criptografia utilizado para garantir que a integridade de um arquivo digital possa ser verificada, e serve para confirmar se o programa não foi alterado ou perdeu suas características originais em função de algum problema técnico. O chamado resumo digital, também conhecido como “hash”, é o segundo dispositivo que impede invasões às urnas. Ele funciona como um dígito verificador, que usa um algoritmo público para calcular os “hashes”, posteriormente publicados no portal do TSE.

Como os votos são registrados?

Para garantir a lisura de todo o processo, os votos são registrados em mídias eletrônicas codificadas, munidas de várias camadas de segurança. A abertura e a leitura dos votos só podem ser feitas nos equipamentos da Justiça Eleitoral. Os dados das eleições são transmitidos em redes privativas de comunicação, sem o uso da internet.

Novidades em 2022

Fabricada em Manaus (AM) e em Ilhéus (BA), a urna eletrônica que será utilizada nestas eleições recebeu o nome de UE2020. São 225 mil unidades. O equipamento traz algumas novidades em relação ao modelo UE2015. A bateria é melhor, o processador é 18 vezes mais rápido e as novas urnas contam com recursos de acessibilidade como a sintetização de voz aprimorada para facilitar o entendimento de pessoas com deficiência visual. A inclusão de um intérprete de Libras em vídeo para auxiliar pessoas com deficiência auditiva é outra inovação. O modelo UE2015 será usado até que a nova urna ocupe todo o parque eleitoral do país. Neste ano, aproximadamente 40% das seções eleitorais no país vão receber a UE2020.