Em meio a onda de tremores, Sete Lagoas volta a temer cratera aberta há 35 anos

Após afundamento de rua e rachaduras em muros, prefeitura e Defesa Civil fecham cruzamento onde um enorme buraco se abriu em 4 março de 1988.

Em meio a onda de tremores, Sete Lagoas volta a temer cratera aberta há 35 anos
Acionadas por moradores, a Defesa Civil e a Prefeitura de Sete Lagoas interditaram o cruzamento na esquina das ruas Nestor Fóscolo e Tupiniquins, no bairro Santa Luzia — Foto: Divulgação/Prefeitura de Sete Lagoas

 

Por Renato Alves Publicado em 3 de abril de 2023 | 08h21 - Atualizado em 3 de abril de 2023 | 09h42

cidade ser engolida por uma cratera. No mesmo ponto onde um buraco se abriu em 4 março de 1988, o asfalto afundou e rachaduras apareceram em imóveis ao redor. 

Acionadas por moradores, a Defesa Civil e a Prefeitura de Sete Lagoas interditaram o cruzamento na esquina das ruas Nestor Fóscolo e Tupiniquins, no bairro Santa Luzia – um dos mais antigos e populosos do município de 240 mil habitantes – na manhã deste domingo (2), sem previsão de reabertura ou mesmo de uma solução.

Da primeira vez, cerca de 100 pessoas foram retiradas de suas casas por meses, até o poder público municipal tapar o buraco com pedras levadas por mais de 200 caminhões. Mas, durante a operação, viu-se que não era possível resolver a situação daquela maneira. Uma parte do estádio do Bela Vista, o rival do Democrata, chegou a ser engolido no incidente de 1988.

 

“Buraco do Cecé”: cratera leva nome de ex-prefeito

A cratera até ganhou um nome: “Buraco do Cecé”. Uma referência direta ao prefeito da época, Marcelo Cecé Vasconcelos de Oliveira, que administrou a cidade por dois mandatos (1985 a 1988 e 1997 a 2000).

O buraco passou anos exposto, até a prefeitura decidir tapar tudo, contrariando recomendações de geólogos. Alguns pesquisadores diziam que de nada adiantaria porque aquele trecho, como grande parte do bairro e da cidade, estava sobre uma espécie de rio subterrâneo.

Esse, aliás, seria o causador dos tremores constantes que a cidade vem registrando desde o ano passado, de acordo com alguns especialistas, conforme revelou reportagem de O TEMPO

Em nota, a Prefeitura de Sete Lagoas confirmou o incidente. “Tão logo tomou conhecimento do fato, a Prefeitura acionou a Defesa Civil Municipal para avaliação dos imóveis do entorno e adequada interdição e sinalização viária do trecho”, disse, sem falar em prazos. 

“O SAAE também foi acionado para, em conjunto com equipes da Secretaria Municipal de Obras, na manhã desta segunda-feira, 3 de abril, iniciar as escavações para avaliar a origem e solução do problema. Durante esse período, motoristas e pedestres devem evitar transitar pelo local”, completou.