Cruzeiro: Justiça nega pedido de Dedé e repreende comparação com escravidão

Jogador terá ainda que pagar custas processuais no valor de R$ 277,8 mil; magistrado lamentou a postura do jogador que disse estar sendo tratado como escravo no clube

Cruzeiro: Justiça nega pedido de Dedé e repreende comparação com escravidão
Dedé entrou na Justiça contra o Cruzeiro em busca de seus direitos — Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Da Redação

 

O zagueiro Dedé teve uma derrota na Justiça, nessa quinta-feira (28), no processo que move contra o Cruzeiro. O jogador teve o mandado de segurança indeferido e terá que pagar R$ 277,8 mil em custas processuais.

O valor é calculado sobre o montante de indenização que pede ao clube na Justiça do Trabalho, que é de mais de R$ 35 milhões. Dedé já teve uma liminar negada em janeiro deste ano.

Na ação, Dedé argumentou que vivia uma situação análoga à escravidão, por ter o vínculo mantido no clube, sem que esteja recebendo salários.

Além de negar o mandato de segurança, o desembargador Paulo Maurício Ribeiro Pires lamentou a postura do atleta.

"Sob outra ótica, lamenta-se a afirmação inicial de que o impetrante, cuja remuneração aduz corresponder a R$ 750.000,00 (e que ao menos parcialmente foi incontroversamente paga ao longo dos anos, conforme demonstrativo de id e2e85c8), esteja sendo submetido "a permanecer como um 'escravo'"", escreveu o magistrado.

E continuou: "Lastimável comparação, notadamente em se considerando o crítico momento sócio-econômico por que passa a esmagadora maioria da população brasileira, em razão das consequências da pandemia que vem assolando o mundo, correspondente à disseminação da Covid-19 - muitos almejando meramente obter um emprego em que receba o salário mínimo, no ano corrente reajustado para o montante de R$1.100,00", escreveu.

Na petição inicial, Dedé alega que está há dez meses sem receber os direitos de imagem (R$ 300 mil mensais) e há seis sem os salários em carteira (R$ 450 mil mensais). O jogador ainda cobra outros valores não pagos, como 13º salário, FGTS, cláusula compensatória e danos morais. A decisão dessa quinta-feira não é definitiva. O processo ainda segue seus trâmites legais.