PM abre inquérito para apurar ação que deixou 26 mortos em Varginha

PM abre inquérito para apurar ação que deixou 26 mortos em Varginha
Marcas de tiros ficaram na casa de um dos sítios usado por bandidos para planejar crimes em Varginha Foto: Flavio Tavares/O TEMPO

 

 

 

 

 

Por LUCAS HENRIQUE GOMES

 

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e a Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG) apuram as condutas dos agentes que atuaram na ação em Varginha, no Sul de Minas, que resultou na morte de 26 homens envolvidos em uma quadrilha. Linhas de investigação apontavam que o grupo agiria na região durante este feriado e pretendia roubar instituições bancárias. 

Os inquéritos instaurados pelas corporações são de praxe nesse tipo de ação. Por meio de nota, a Polícia Militar informou que "além das medidas de Polícia Militar Judiciária adotadas", sem citar quais foram, a instituição instaurou um Inquérito Policial Militar, mas ressaltou que esse procedimento é comum em ações policiais. 

Já a Polícia Rodoviária Federal mineira disse apenas que a Corregedoria "já está participando do procedimento de apuração desde o término da ação", mas que nenhum policial será afastado nesse primeiro momento.

No domingo, horas após a ação policial, a deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, pediu uma investigação do colegiado sobre o ato que ela considerou "muito violento". 

Especialistas ouvidos por O Tempo divergiram sobre a atuação. Advogado criminalista e pesquisador em segurança pública, Jorge Tassi considera que em situações como a que ocorreu em Varginha não existe mais a possibilidade de uma atuação preventiva porque as forças policiais estão em uma circunstância de embate direto com organizações criminosas estruturadas e capazes de cometer crimes de “altíssima gravidade”. Já o membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e especialista na área, Robson Sávio, tem uma visão distinta. Ele afirma que, pelas informações divulgadas até agora, a ação não tem características de confronto, como divulgado pelas forças policiais.