‘Com certeza estamos em uma nova onda da Covid’, diz infectologista da PBH

‘Com certeza estamos em uma nova onda da Covid’, diz infectologista da PBH
Ruas ficaram cheias nas semanas anteriores ao Natal Foto: Flavio Tavares

 

 

 

 

Por GABRIEL RODRIGUES

 

O ano começou com evidências de uma nova fase da pandemia em Belo Horizonte, com recorde de atendimentos a casos suspeitos de Covid-19 e alta de ocupação de leitos de enfermaria. Para o infectologista Estevão Urbano, membro do comitê de enfrentamento à pandemia da Prefeitura de BH (PBH), o cenário já comprova que a cidade passa por mais uma onda da crise sanitária. 

Na primeira semana de 2022, a capital bateu o recorde de atendimentos a casos suspeitos de infecção pelo coronavírus e ultrapassou o número de atendimentos do pico de 2021 em 21%, em meio à alta de infecções pelo vírus da gripe também. 

“Boa parte desses casos (dos atendimentos) são de outros vírus, que explodiram agora, mas com certeza estamos em uma nova onda de Covid. Felizmente, por enquanto, são casos leves que não estão sobrecarregando os CTIs. Mas não há dúvida alguma de que, como o mundo inteiro, Belo Horizonte está em uma nova onda”, diz o médico. Globalmente, o número de casos da doença foi o mais alto em 24 horas de toda a pandemia nesta semana, quando bateu quase 2,6 milhões de novos doentes nessa quarta-feira (5), mas sem pico de mortes. 

Mesmo com menos leitos do que no pico de 2021, por ora apenas as enfermarias da cidade estão no nível vermelho, enquanto a taxa de transmissão do vírus e a ocupação das UTIs seguem no nível amarelo, de alerta. Os atendimentos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e as mortes pela doença também não subiram aos níveis do último ano, quando a campanha de vacinação ainda estava no início. 

O cenário de BH não é único no Brasil. Boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta sexta-feira (7) chama atenção para quadros críticos de ocupação de UTIs em Fortaleza, Maceió e Goiânia, por exemplo, e quadros de alerta em BH, Palmas e Salvador.

Cuidados

Apesar da chegada da variante ômicron, mais transmissível que as anteriores, os cuidados para se proteger da Covid-19 — e da gripe — continuam os mesmos: utilizar máscara bem-ajustada ao rosto, higienizar as mãos e evitar aglomerações, principalmente em locais fechados e com pouca ventilação.  

"A Secretaria Municipal de Saúde monitora diariamente os números epidemiológicos e assistenciais da doença no município e qualquer agravamento que comprometa a capacidade de atendimento será tratado da forma devida, com o objetivo de preservar vidas", reforça a PBH, por meio de nota.