Após Paulo Gustavo, Bolsonaro veta Lei Aldir Blanc, destinada ao setor cultural

Após Paulo Gustavo, Bolsonaro veta Lei Aldir Blanc, destinada ao setor cultural
Há um mês, Bolsonaro vetou outro projeto de lei destinado ao setor cultural, a Lei Paulo Gustavo Foto: Evaristo Sá/AFP

 

 

 

 

Por RENATO ALVES | O TEMPO BRASÍLIA

 

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou integralmente a nova Lei Aldir Blanc, que serviria para transferir recursos a estados e municípios para o financiamento de iniciativas culturais. O Senado havia aprovado o texto em 23 de março.

A decisão de Bolsonaro foi publicada na edição desta quinta-feira (5) do Diário Oficial da União. Em seu veto, o presidente alegou que o projeto é "inconstitucional e contraria ao interesse público".

A União repassaria anualmente R$ 3 bilhões aos governos estaduais e municipais, por cinco anos. O dinheiro deveria ser enviado por meio de uma única parcela.

Do total dos recursos, 80% iriam para editais, chamadas públicas, cursos, produções, atividades artísticas que pudessem ser transmitidas pela internet; e ainda para manter espaços culturais que desenvolvam iniciativas de forma regular e permanente. 

Os 20% restantes seriam destinados a ações de incentivo direto a programas e projetos que tivessem por objetivo democratizar o acesso à cultura e levar produções a periferias e áreas rurais, por exemplo, assim como regiões de povos tradicionais.

Essa foi a segunda lei de auxílio ao setor cultural a receber o nome do músico Aldir Blanc, que morreu em 2020 por complicações da Covid-19. A primeira destinou R$ 3 bilhões emergenciais a iniciativas de cultura,quando as restrições de circulação impediam a maioria das exibições e espetáculos.

Bolsonaro também vetou Lei Paulo Gustavo

Há um mês, Bolsonaro vetou outro projeto de lei destinado ao setor cultural. Chamada de Lei Paulo Gustavo, ela propunha o repasse de R$ 3,8 bilhões para o enfrentamento dos efeitos da pandemia da Covid-19 sobre o setor cultural.

O nome do projeto homenageia o ator e humorista Paulo Gustavo, também vítima da Covid-19 — sua morte completou um ano nesta quarta-feira (4).

Conforme o texto, dos R$ 3,8 bilhões, R$ 2,79 bilhões seriam repassados para ações no setor audiovisual, e R$ 1,06 bilhão para ações emergenciais no setor cultural por meio de editais, chamadas públicas, prêmios, aquisições de bens e serviços vinculados ao setor ou outras formas de seleção pública simplificadas.